'Vidas Secas' é relançado em edição comemorativa de 80 anos

Correio do Cidadão - Cristiano Martinez - 17/12/2018 |

Tudo começou com Baleia. Antes mesmo de Fabiano, sinhá Vitória e seus filhos aparecerem no horizonte do semiárido nordestino, a famosa cachorrinha já existia no universo ficcional do escritor alagoano Graciliano Ramos (1892-1953).

É que o velho Graça, como também era conhecido, escreveu primeiro o conto sobre a “morte duma cachorra” e só depois começou a dar forma ao restante do romance “Vidas Secas”, cujo lançamento ocorreu em 1938. Aliás, na última hora Ramos mudou o título da obra, trocando “O mundo coberto de pennas” por “Vidas Seccas” (conforme a grafia da época), na edição publicada pela lendária editora José Olympio.

Recém-lançada pela Record, a edição comemorativa de 80 anos do romance reproduz o rosto original de “Vidas Secas”, a partir do acervo da Universidade de São Paulo (USP).

No entanto, o detalhe mais fascinante ao aficionado pela literatura de Graciliano Ramos é a inserção nessa edição comemorativa de trecho de uma carta de 7 de maio de 1937. Do Rio de Janeiro, o autor se correspondeu com sua esposa Heloísa Ramos (em Alagoas) para falar sobre um conto cujo tema era a “morte duma cachorra”. Ele se questiona se o animal tem alma. “O meu bicho morre desejando acordar num mundo cheio de preás. Exatamente o que todos nós desejamos”.

Graça ainda informa que é a quarta história feita na pensão onde ele está instalado. “Nenhuma delas tem movimento, há indivíduos parados. Tento saber o que eles têm por dentro”.

Nesse relato íntimo, o alagoano conta brevemente a gênese de seu mais famoso livro. O pontapé de “Vidas Secas” inicia com a feitura de um conto sobre a morte de uma cachorra. Inclusive, a nova edição da Record reproduz no capítulo “Baleia” o manuscrito original com as emendas feitas de próprio punho do escritor.

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Há 20 anos do único Nobel de Literatura da língua portuguesa

GGN - Erika Morhy - 17/12/2018 | 

“Não é a pornografia que é obscena, a fome é que é obscena”. A frase estampa o grande mural de entrada da exposição “Saramago – os pontos e a vista”, uma das iniciativas que integram o calendário oficial de celebração dos 20 anos da entrega do Prêmio Nobel de Literatura ao escritor português José Saramago. As programações são promovidas em diversos países pela fundação presidida por Pilar del Río, tradutora espanhola e jornalista, ofício que o companheiro, falecido em 2010, também exerceu durante densos anos.

A provocadora constatação foi proferida pelo filho de Ribatejo em terras brasileiras, então sob a presidência de Fernando Henrique Cardoso. Anos depois, medidas de proteção social adotadas a partir do Governo Lula levam o país a sair do mapa da fome, conforme indica o relatório global “Estado da Insegurança Alimentar 2015”, da Organização das Nações Unidas (ONU). O documento informa que o gigante latino-americano diminuiu pela metade o número de pessoas em situação de fome e reduziu esse número para menos de 5% da população. O aumento da renda, do emprego e dos salários das pessoas mais pobres, por meio de programas como o Fome Zero e Bolsa Família, teriam sido “cruciais para alcançar um crescimento inclusivo no país”.

Mas a aguda produção literária de quem assinala a obra Levantado do Chão como marco na sua decisão por ser escritor atesta que a sofisticação do autor não admite opressões ainda persistentes no truculento 2018.

Depois de temporada em São Paulo, a mostra foi aberta em Belém do Pará, no simbólico dia 14 dezembro, em que estão sintetizados nove meses do assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro. Ela ousou enfrentar a guerra letal contra as mulheres impetrada por um Estado patriarcal, e racista. O crime é de estremecer almas inquietas, dadas à defesa da justiça social.

Profissional de singular prestígio no mercado de artes no Brasil e conhecido por sua abordagem inovadora em curadoria e museologia, Marcello Dantas participou da cerimônia realizada no bicentenário prédio do Museu do Estado do Pará (MEP). É onde permanecerá a exposição, até dia 17 de fevereiro de 2019, e é onde também reluz um dos marcos da revolta popular da Cabanagem, uma sorte de Revolução dos Cravos ou Revolução de 25 de Abril, como Saramago se refere ao levante contra a ditadura salazarista. Em voz mansa, o curador explica que a beleza de abordar a altivez do escritor está em apresenta-la aos visitantes de modo infiltrado.

Em cada um dos 15 módulos, vê-se objetos cênicos e a projeção de vídeos com momentos de uma vida finalmente fincada nas Ilhas Canárias e resguardados no acervo de Miguel Gonçalves Mendes, diretor do nostálgico filme “José e Pilar”. É o próprio homenageado que salta à tela a narrar sobre a fraude em seu registro de nascimento, o encanto pela árida Lanzarote, o desemprego seminal do Diário de Notícias em 1975, a crítica produção de A Viagem do Elefante, dentre outras fruições literárias e questionamentos sobre as relações de poder e religião.

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Para presentear: Sugestões de livros que foram destaque em 2018

Correio Braziliense - Nahima Maciel - 17/12/2018 |

Foi um ano bom para a literatura produzida por mulheres, mas um ano ruim para o mercado editorial. Se as duas maiores redes do país — Livraria Cultura e Saraiva — pediram falência e as editoras não receberam pagamento pelos livros entregues às lojas, pelo menos as escritoras foram o grande destaque do ano. Carol Bensimon ganhou o Jabuti na categoria romance com O clube dos jardineiros da fumaça e Ana Paula Maia venceu o Prêmio São Paulo com Assim na terra como embaixo da terra. No São Paulo, aliás, mulheres venceram em todas as categorias. Cristina Judar com Oito do sete e Aline Bei, com O peso do pássaro morto ficaram, respectivamente, com os prêmios autor estreante com mais de 40 anos e autor estreante com menos de 40 anos.

Nas listas de mais vendidos, o recém-publicado Minha vida, de Michelle Obama está entre os 10 primeiros. Em não-ficção, ele perde 21 lições para o século 21, de Yuval Noah Harari, número dois na lista da Publishnews e terceiro lugar na listagem da Veja, que tem, em quarto lugar, Como as democracias morrem, de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt. Na categoria ficção, o destaque é para o esperado primeiro volume de Fogo e Sangue, de George R. R. Martin. Em vez de encerrar a saga Game of Thrones, Martin decidiu se dedicar a uma nova história.

Saindo um pouco dos best-sellers, alguns recém-chegados às prateleiras merecem destaque, como  a esperada biografia Jorge Amado, de Josélia Aguiar, Trump, de Bob Woodward, e o segundo volume de O livro de Jô — uma autobiografia desautorizada, parceria de Jô Soares com Matinas Suzuki Jr.. O Diversão & Arte fez uma lista de sugestões dos livros que movimentaram a literatura e o mercado em 2018. Há um pouco de tudo e todos podem render bons presentes de Natal.

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ABIGRAF CRIA GRUPO PARA REORGANIZAR CADEIA PRODUTIVA DO LIVRO

Abigraf - 14/12/2018 |

O grupo editorial da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) criou hoje (14) um grupo de trabalho para auxiliar na reorganização da cadeia produtiva do livro. O objetivo é minimizar os reflexos da crise gerada pelas grandes livrarias no setor gráfico. Com a criação do grupo de trabalho, a Abigraf sinaliza ao mercado a disposição dos empresários em colaborar. As medidas propostas vão do reajuste de preços até a exigência de que as editoras ofereçam garantias de pagamento para novas impressões.

“Existe no mercado de livros duas crises muito distintas. A primeira é a que assola o Brasil como um todo e afetou todos os segmentos. A segunda, paralela a isso, é bem pontual: é a recuperação judicial tanto da Livraria Cultura quanto da Saraiva, que é a que está afetando a indústria gráfica, com as editoras que venderam a essas duas grandes redes. Algumas grandes têm milhões para receber e a grande maioria das editoras de médio porte ficou com seu caixa zerado, não recebeu. Tem também a parte tributária, porque essas editoras emitiram nota fiscal, recolheram os impostos e depois que venderam não receberam", explicou diretor do segmento editorial da Abigraf, João Scortecci.

Segundo ele, está havendo um efeito dominó, com as gráficas sendo a última peça da fileira, já que muitas editoras estão pedindo renegociação de suas dívidas com as gráficas porque não conseguem pagar, por não recebem das livrarias. "Fora isso temos mão de obra e os impostos, que não há como fugir, e o papel. Hoje temos dois grandes fornecedores que não negociam. Ou seja, se não pagar, não tem mais papel. Toda a cadeia está interessada em negociar, parcelar, encontrar uma sobrevivência para isso, mas quando chega na indústria gráfica para porque não tem matéria prima para trabalhar".

Scortecci ressaltou que entre as medidas para tentar recuperar a cadeia é pensar quais peças da cadeia precisam ser recuperadas. A partir disso, o segmento procurou a negociação com os editores para alinhar as mesmas ideias para obter uma solução única para o mercado. "A primeira coisa foi procurar quem está negociando com os canais de comercialização, no caso Cultura e Saraiva. Conversamos, pegamos uma série de informações, passamos outras".

Leitores

Segundo Scortecci, não há uma crise livreira no país, porque o Brasil ainda tem 23 milhões de leitores. Para ele, o potencial do mercado livreiro é muito grande e é preciso atender aos leitores com honestidade, bons preços, e com produto nas prateleiras. “O livro não está em crise, as livrarias é que estão. Acreditamos que passou da hora de autores, editoras, gráficas, distribuidoras e livrarias se unirem para buscar soluções equilibradas e que beneficiem toda a cadeia. Estamos otimistas e acreditamos que essa crise é a oportunidade para redesenharmos o negócio do livro no Brasil. Há espaço para que todos cresçam, mas temos que tomar medidas conjuntas, práticas e efetivas”.

Mesmo assim, o empresário destacou que o volume de livros impressos no Brasil se mantém na casa dos 350 milhões por ano, porém a margem de lucro das gráficas caiu drasticamente, pois os empresários não conseguem reajustar os preços. “O livro no Brasil está muito barato. Em média, metade do que custa na Europa e Estados Unidos, sem falar na carga tributária elevada e do custo Brasil”.

Scortecci lembra que a venda de livros no Brasil tem aumentado de maneira tímida e que o problema está no modelo de negócio. Por isso a alternativa apontada pelo grupo de trabalho é observar os modelos internacionais, como por exemplo, Paris, onde todas as mega livrarias fecharam e foram reativadas as lojas de pequeno porte e segmentadas. "O mercado passa a ser forte a partir de quando se divide e existe o que chamamos de concentração. Os custos para manter megalojas são muito altos. Repensar esse modelo é tarefa urgente”.

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SAEM VENCEDORES DO PRÊMIO CEPE DE LITERATURA

Cepe - 12/12/2018 |

A Companhia Editora de Pernambuco anuncia os vencedores da terceira edição do Prêmio Cepe Nacional de Literatura: na categoria ROMANCE, Paulo Schmidt, de São Paulo, com a obra Anjo negro: a história secreta de GV; em CONTO, o biólogo pernambucano Ricardo Braga, com A flor lilás e outros contos; Renata Penzani, também de São Paulo, na categoria LITERATURA INFANTOJUVENIL, com A coisa brutamontes; e do Rio de Janeiro, Rita Isadora Pessoa, na categoria POESIA, com a obra Mulher sob a influência de um algorítimo.

Os escolhidos vão receber R$ 20 mil e terão a obra publicada pela Cepe Editora em 2018. A premiação foi definida pela comissão formada pelos escritores Ricardo Lísias e Andrea del Fuego, de São Paulo, e pelo professor de Literatura e Linguística Lourival Holanda, de Pernambuco. Eles analisaram as 40 obras previamente indicadas pela comissão de pré-seleção, formada pelos escritores e poetas Gerusa Leal, Raimundo de Morais e Alexandre Furtado e pelo jornalista e crítico Hugo Viana, todos de Pernambuco.

O romance Anjo Negro: a história secreta de GV, é narrado pelo guarda-costas de Getúlio Vargas, misturando eventos e personagens históricos com criaturas fabulosas, como vampiros e lobisomens; A flor lillás e outros contos reúne dez narrativas com linguagens e cenas regionais; A coisa brutamontes questiona as relações possíveis entre a infância e a velhice; e Mulher sob a influência de um algorítimo traz versos sobre 50 mulheres e as muitas possibilidades e autonomias do feminino.

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Audiobooks narram histórias 'ao pé do ouvido' e ganham potencial na era digital - Mercado de livros em áudio não é novo no mundo, mas está dando os primeiros passos no Brasil

A Tribuna - Vinicius Holanda - 16/12/2018 |

Foi-se o tempo em que o livro era um objeto feito apenas para ser folheado. Agora, o leitor tem a possibilidade de ouvir suas obras preferidas em alto e bom som. Diferentemente dos e-books, cujo conteúdo textual é adaptado para dispositivos da internet, os audiolivros (audiobooks) possibilitam ao usuário ouvir a história de uma publicação tradicional via aplicativo em smartphones. Em outras palavras: onde e quando quiser.

O sistema é semelhante ao da Netflix, provedora de filmes e séries por streaming. O assinante paga uma mensalidade fixa e tem acesso a todo o catálogo de livros em áudio disponibilizado pela empresa. Ele pode utilizar o serviço a qualquer momento, sem limites, intercalando o número de títulos que pretender.

Em meio ao encolhimento sofrido por grandes redes do mercado editorial - como Fnac e Saraiva -, os audiolivros são vistos como um nicho do setor com amplo caminho para crescer. O formato não é exatamente novo: os livros narrados já existem no Brasil há tempos. Quem não se lembra da coleção de CDs em que o apresentador Cid Moreira declamava trechos da Bíblia?

A vantagem dos tempos digitais é que o novo formato dispensa as mídias físicas, como CDs, fitas cassetes ou disquetes de computador - que, na prática, esbarram nas mesmas limitações do livro de papel. Nas plataformas de streaming, o usuário pode não apenas ter a versão digitalizada da obra (e-book) em seu celular, como carregar a narração do título no aparelho.

Em um exemplo básico dos tempos atuais: se estiver disposta, a pessoa pode ler o livro físico em casa, acessá-lo no computador ou smartphone durante o trabalho e, ainda, ouvir seu enredo no carro após o expediente. Simples assim.

Se já saíram do berço há muito tempo nos mercados americano e europeu, os audiolivros estão começando a dar os primeiros passos em solo brasileiro. As duas principais startups do filão, Ubook e Tocalivros, chegaram ao mercado há quatro anos, baseadas nos modelos de sucesso observados no exterior.

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HOMENAGEM PÓSTUMA - JOSÉ AILTON FERREIRA “BAHIA”


Rondonoticias - Selmo Vasconcellos - 09/12/2018 |

Viveu sua infância e adolescência entre Brejo do Almada, Coaraci, Itapetinga e Maiquinique (período em que cursou o primário e a parte do ginasial). Aos 16 anos, passou a morar entre Itabuna e Ilhéus. Concluiu o ginasial e cursou o 2º grau no Colégio Estadual de Itabuna. Em 1982 concluiu o curso de Economia na Universidade Estadual de Santa Cruz (Ilhéus/Itabuna). Concluído o curso superior, deslocou-se para Porto Velho, Rondônia, em 11 de agosto de1983.

Foi integrante nos movimentos culturais, como o Grupoema e Poetas da Praça )Bahia), Cadernos Negros (São Paulo) e Projeto Sarau e Arte & Literatura (Rondônia)

Foi membro da União Brasileira de Escritores – UBE/RO, da Academia Rondoniense de Poesia (ACARP), militou no jornalismo por quase duas décadas no jornal Alto Madeira.

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Abigraf cria grupo para reorganizar cadeia produtiva do livro

IstoÉ - Flávia Albuquerque - 14/12/2018 |

O grupo editorial da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) criou hoje (14) um grupo de trabalho para auxiliar na reorganização da cadeia produtiva do livro. O objetivo é minimizar os reflexos da crise gerada pelas grandes livrarias no setor gráfico. Com a criação do grupo de trabalho, a Abigraf sinaliza ao mercado a disposição dos empresários em colaborar. As medidas propostas vão do reajuste de preços até a exigência de que as editoras ofereçam garantias de pagamento para novas impressões.

“Existe no mercado de livros duas crises muito distintas. A primeira é a que assola o Brasil como um todo e afetou todos os segmentos. A segunda, paralela a isso, é bem pontual: é a recuperação judicial tanto da Livraria Cultura quanto da Saraiva, que é a que está afetando a indústria gráfica, com as editoras que venderam a essas duas grandes redes. Algumas grandes têm milhões para receber e a grande maioria das editoras de médio porte ficou com seu caixa zerado, não recebeu. Tem também a parte tributária, porque essas editoras emitiram nota fiscal, recolheram os impostos e depois que venderam não receberam", explicou diretor do segmento editorial da Abigraf, João Scortecci.

Segundo ele, está havendo um efeito dominó, com as gráficas sendo a última peça da fileira, já que muitas editoras estão pedindo renegociação de suas dívidas com as gráficas porque não conseguem pagar, por não recebem das livrarias. "Fora isso temos mão de obra e os impostos, que não há como fugir, e o papel. Hoje temos dois grandes fornecedores que não negociam. Ou seja, se não pagar, não tem mais papel. Toda a cadeia está interessada em negociar, parcelar, encontrar uma sobrevivência para isso, mas quando chega na indústria gráfica para porque não tem matéria prima para trabalhar".

Scortecci ressaltou que entre as medidas para tentar recuperar a cadeia é pensar quais peças da cadeia precisam ser recuperadas. A partir disso, o segmento procurou a negociação com os editores para alinhar as mesmas ideias para obter uma solução única para o mercado. "A primeira coisa foi procurar quem está negociando com os canais de comercialização, no caso Cultura e Saraiva. Conversamos, pegamos uma série de informações, passamos outras".

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Número de livrarias e papelarias no Brasil encolhe 29% em 10 anos

G1 - Darlan Alvarenga e Taís Laporta - 09/12/2018 |

Mais de 21 mil estabelecimentos foram fechados no país desde 2007, aponta levantamento da CNC. Micro e pequenas lojas foram as que mais desapareceram.

Com as redes de livraria Saraiva e Cultura em processo de recuperação judicial, o setor livreiro vive em 2018 a sua maior crise, com fechamento de lojas, demissões em massa e calote de milhões nas editoras. Mas as dificuldades surgiram anos antes, sobretudo para as micro e pequenas empresas do setor.

Levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a partir de dados do Ministério do Trabalho, mostra que o número de livrarias e papelarias em funcionamento no Brasil encolheu 29% em 10 anos. No final de 2017, eram 52.572 estabelecimentos – 21.083 a menos do que o país reunia em 2007.

Das mais de 21 mil lojas que fecharam as portas em 10 anos, metade delas encerraram as atividades de 2013 para cá. Somente em 5 anos, o número de papelarias e livrarias encolheu 22%.

Os estados com maior número de fechamento de livrarias e papelarias entre 2007 e 2017 foram São Paulo (-8.764), Rio Grande do Sul (-2.449), Minas Gerais (-2.251), Paraná (-1.659) e Rio de Janeiro (-971). Só no Amazonas o número de estabelecimentos cresceu no período: 62 lojas a mais, elevando para 561 o número de empresas do gênero no estado.

O levantamento da CNC foi feito com base nos números da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e considera todos os estabelecimentos comerciais cadastrados como especializados na venda de livros, jornais, revistas e papelaria.

Os números consolidados da Rais de 2018 só serão divulgados em meados do ano que vem. Mas somente a Saraiva e Fnac encerraram neste ano no país mais de 30 lojas.


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Aficcionados por livros ainda preferem o papel

Jornal de Jundiaí - Ligia Andrade - 09/12/2018 |

Sentada em uma poltrona da livraria Leitura com os contos de Lygia Fagundes Telles em mãos, Bianca Steck, de 16 anos, deixa o celular repousado ao seu lado e cogita comprar mais um livro para sua coleção. Leitora assídua, conta que possui tantos livros em seu quarto que o espaço já não é mais suficiente para guardá-los. O número é impreciso: sabe que comprou dez em uma feira no ano passado, outros dez neste ano, além de outras aquisições que podem ser encaixadas na conta como impulsos não controláveis. O que não entra na conta, porém, são os tão famosos e-books.

Os livros virtuais, também conhecidos como e-books, vêm tomando lugar no mercado livreiro. Sem a necessidade de serem alocados em estantes e com um preço mais acessível ao consumidor, prometiam roubar o lugar dos livros físicos em breve. Leitores como a Bianca, porém, ainda se recusam a aceitar essa mudança e o consumo de livros físicos comprados em livrarias mostra-se crescente.

O administrador Emerson Moreira de Gois, 31 anos, tem preferência por livros religiosos e logo descarta a possibilidade de obtê-los on-line: “Não gosto de e-books. O livro é uma coisa física, e se torna uma parte de você”.

Fátima Rezende, psicóloga de formação e vendedora de livros por opção, diz que o apreço por livros físicos é difícil de ser superado. Segundo Fátima, os leitores gostam de pegar os livros, senti-los e até mesmo de cheirar suas páginas. A livraria Leitura, onde trabalha, parece ter a mesma impressão que a funcionária: após ser a pioneira de venda de livros virtuais em 1998, fechou o mercado de e-books há cerca de três anos e, hoje, oferece apenas livros físicos aos seus consumidores.

“A venda de livros on-line não atrapalha a venda de livros físicos, de jeito nenhum. Há mercado para os dois tipos, e eles ainda vão conviver por muito tempo”, garante Fernando Telles, gerente da livraria Leitura.

Em pesquisa realizada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) durante o período de 2006 a 2017, o setor livreiro encolheu 21% após 2015. Já em 2018, a venda de livros cresceu 5,7% em número de exemplares vendidos e 9,33% em faturamento, números importantes e que expressam a saída do mercado editorial de um momento de crise.

Fátima comenta que os jovens começam a tomar posição de destaque no público alvo da livraria. Os livros young adults e de youtubers atraem a faixa etária que, embora conhecida como parte da geração que não tira os olhos da tela do celular, torna-se fiel aos livros físicos.


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Movimentos buscam estimular comércio de livros

Opinião & Notícia - Henrique Schmidt - 10/12/2018

Vem pra Livraria, Desafio das Livrarias e Presenteie com Livros têm um objetivo em comum: convidar os brasileiros ao mercado literário

O mercado editorial brasileiro está em crise. Nos últimos meses, duas das principais livrarias brasileiras, Saraiva e Cultura, entraram com um pedido de recuperação judicial. Agora, às vésperas do Natal, três movimentos ganham força nas redes sociais para estimular a leitura e o comércio de livros.

O principal movimento, chamado de Vem Pra Livraria (#VemPraLivraria), foi lançado pela Associação Nacional das Livrarias (ANL) ao longo da última semana. Em parceria com editoras e livrarias, a ANL tenta resgatar a paixão dos brasileiros em estar em um local de venda de livros, imerso naquele ambiente mágico.

Milhares de pessoas já usaram a hashtag pelas mídias sociais para compartilhar o seu amor pela leitura. Artistas e jornalistas famosos integram a lista e aderem à iniciativa. Além disso, segundo um comunicado da ANL, é possível usar, nas redes sociais, uma moldura com a hashtag #VemPraLivraria, disponível nas páginas de livrarias e editoras.

“A Associação Nacional de Livrarias (ANL) abraça o movimento #Vempralivraria por acreditar na importância do varejo do livro em nosso país. A comunhão entre o Leitor, a Livraria e o Livro é a dose exata para o sucesso. O estímulo ao gosto pela leitura não é somente uma questão técnica, ele deve estar acompanhado de emoção e afeto. Um gesto simples como presentear alguém com um livro pode mudar para melhor o curso de uma vida”, afirmou o presidente da ANL, Bernardo Gurbanov.

Por outro lado, o movimento Presenteie com Livros (#PresenteieComLivros) não fala diretamente sobre livrarias, mas a respeito do fato de usar as obras como presentes de Natal, como uma forma de estimular o mercado literário no Brasil. Centenas de pessoas já usaram as redes sociais para mostrar integração à iniciativa, que promete crescer nos próximos dias.


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Academia Rio-Grandense de Letras premia melhor poesia, livro infantil e melhor tese

Correio do Povo - 09/12/2018

A Academia Rio-Grandense de Letras entregou os troféus aos vencedores da segunda edição do concurso literário da entidade, na noite da última sexta-feira, 7, no auditório Barbosa Lessa do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo.

Deisi Beier recebeu o Troféu Alceu Wamosy, categoria livro de poemas, pelo livro "Cais alheio" (Editora Modelo de nuvem). O escolhido na categoria livro infantil foi Pablo Morenno, por "Alfabeto poético dos nomes" (Physalis Editora), que recebeu o Troféu Carlos Urbim. Na categoria Dissertação Acadêmica, Aline Cecchin levou o Troféu Dyonélio Machado, com a tese "Mapeamento e análise do cenário editorial e literário da Serra Gaúcha (2000-2016)".

Trevisan foi homenageado pela Academia com o Troféu Escritor do Ano, depois de escolhido em votação pelos acadêmicos. Durante o evento, frases como "é mão para escrever, mão para cumprimentar", do autor, eram lidos pelos apresentadores da cerimônia, a escritora Marô Barbieri, membro da Academia, e o presidente da ARL, Rafael Jacobsen, que entregou o troféu ao escritor. Trevisan agradeceu aos colegas e a dois de seus grandes mestres, Mario Quintana e Erico Verissimo. E leu um breve ensaio sobre a escrita nas redes sociais, onde pede mais atenção à escrita na educação escolar. "É necessário o aperfeiçoamento da palavra escrita. Escrever é passar a limpo a oralidade. Para ser escritor, é preciso um mínimo de talento e um mínimo de treinamento", disse.

O presidente da entidade citou Gabriel García Marquez, Ricardo Piglia e Oscar Wilde, um de seus autores favoritos, e observou a necessidade de que exista algo a dizer dentro de cada escritor. "O artista nasce de um grande desassossego interior", disse Jacobsen. "Escrever é um ato de afeto".

Os outros indicados receberam diplomas: Cleonice Bourscheid, com "Ave, água", da Ardotempo, e Ricardo Silvestrin, com "Prêt-à-porter," da Artes e Ecos (poemas); Marco Barbiero, com "O Compadre Graxaim e a Batalha dos Cafundós", Editora Saluz, e Christian David, com "Sangue real, Selo Off Flip" (infantil); e Ana Paula de Oliveira, com "A variação entre os pronomes de primeira pessoa do plural “nós” e “a gente” numa amostra da literatura infanto-juvenil gaúcha", e Andréia Pires, com "O céu riscado na pele: uma poética do deslocamento "(tese ou dissertação acadêmica).

A cerimônia contou com a presença da vice-reitora da UFRGS, Jane Tutikian; da diretora do IEL, Patricia Langlois; do coordenador do Livro da Secretaria de Cultura de Porto Alegre, Sérgius Gonzaga; entre outros. Os troféus foram confeccionados pelo artista visual Lucas Strey.

A ARL, fundada em 1901, é composta de 40 membros, eleitos por critérios de mérito literário e relevância na cena literária gaúcha. Sua sede preserva uma pinacoteca com obras doadas e uma biblioteca com livros de escritores do Estado, além de documentos de memória da instituição.

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Clarice Lispector: mais de 40 anos após morte, escritora desperta mais questões do que quando viva

Terra - Laís Modelli - 10/12/2018 |

Embora tenha receido reconhecimento ainda em vida, a obra visceral da autora, segue pautando debates acadêmicos. Seria ela uma feminista? Um autora de olhar estrangeiro sobre o país? Talvez sim, mas ela recusaria qualquer rótulo.

Poderia ser a história de uma de suas protagonistas, mas este foi o seu próprio final: um dia antes de completar 57 anos, morreu Clarice Lispector, no dia 9 de dezembro de 1977, em decorrência de um câncer de ovário.

Como despedida do público e da vida, a escritora publicou seu último romance, A Hora da Estrela, dois meses antes de morte. Clarice não chegou a ver que este se tornou o mais conhecido de seus romances.

"É curioso pensar que A Hora da Estrela foi a despedida de Clarice. O livro foi o seu testemunho, de vida e de morte. Ela o escreveu sabendo que sua própria estrela estava se apagando", reflete a professora de literatura brasileira da Faculdade de Letras da USP, Yudith Rosenbaum, autora do livro Metamorfoses do mal: Uma leitura de Clarice Lispector.

"A Hora da Estrela" narra a trágica história de Macabéa, uma alagoana ingênua que migra para o Rio de Janeiro em busca de uma vida melhor.

Clarice também foi uma migrante em busca de terra nova: a escritora nasceu na Ucrânia, em 1920, mas migrou com a família para o Brasil com apenas dois anos. De origem judaica, os Lispector eram perseguidos na Europa e encontraram em Pernambuco o refúgio que precisavam.

Nesses mais de quarenta anos de morte, os escritos de Clarice têm se tornado cada vez mais conhecidos e sua obra hoje é comparada à de romancistas importantes da literatura internacional como Virginia Woolf, James Joyce e Katherine Mansfield.

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Irmãos em livros - Quanto mais aprendemos, mais queremos ir às livrarias

Folha de São Paulo - Ruy Castro - 07/12/2018 |  

Outro dia, num táxi, o motorista me disse que “gostava de ler” e comprava “muitos livros”. Dei-lhe parabéns e perguntei qual era sua livraria favorita. Respondeu que “gostava de todas”, mas, de há alguns anos, só comprava livros pela internet. Ah, sim? Comentei que também gostava de todos os táxis, mas, a partir dali, passaria a andar só de Uber. Ele diminuiu a marcha, como se processasse a informação. Virou-se para mim e disse: “Entendi. O senhor tem razão”.

Tenho amigos que não leem e não frequentam livrarias. Não são pessoas primitivas ou despreparadas —apenas não têm a bênção de conviver com as palavras. Posso muito bem entendê-las porque também não tenho o menor interesse por automóveis, pela alta cozinha ou pelo mundo digital— nunca dirigi um carro, acho que qualquer prato melhora com um ovo frito por cima e, quando me mostram alguma coisa num smartphone, vou de dedão sem querer e mando a imagem para o espaço. Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a eles.

No entanto, quando entro numa livraria, pergunto-me que outro lugar pode ser tão fascinante. São milhares de livros à vista, cada qual com um título, um design, uma personalidade. São romances, biografias, ensaios, poesia, livros de história, de fotos, de autoajuda, infantis, o que você quiser. O que se despendeu de esforço intelectual para produzi-los e em tal variedade é impossível de quantificar. Cada livro, bom ou mau, medíocre ou brilhante, exigiu o melhor que cada autor conseguiu dar.

Uma livraria é um lugar de congraçamento. Todos ali somos irmãos na busca de algum tipo de conhecimento. E, como este é infinito, não nos faltarão irmãos para congraçar. Aliás, quanto mais se aprende, mais se vai às livrarias.

Lá dentro, ninguém nos obriga a comprar um livro. Mas os livros parecem saber quem somos e, inevitavelmente, um deles salta da pilha para as nossas mãos.

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Política cultural e literatura são foco de eventos na FCRB

MinC - 05/12/2018 |

Um conjunto de atividades gratuitas e abertas para a comunidade, com foco em questões como produção literária e direitos e políticas culturais, vão ocupar os espaços da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), na primeira quinzena deste mês. Com áreas reservadas ao trabalho intelectual, à consulta de livros e documentos e à preservação da memória nacional, a fundação habitualmente desenvolve atividades de formação, além da conservação e difusão de acervos bibliográficos, documentais e arquitetônicos.

Nesta quarta-feira (5), será realizado, a partir das 16h, o II Seminário Internacional da Cátedra Unesco de Políticas Culturais e Gestão. Sob a organização dos servidores Lia Calabre, Alexandre Domingues e Adélia Zimbrão, o enfoque desta edição é a discussão de novas abordagens metodológicas aplicadas ao estudo das políticas culturais. Foram convidados especialistas que vão abordar, por exemplo, as possibilidades de pesquisa relacionadas ao processo de extração e análise de dados. Não é necessário realizar inscrição prévia para participar do evento.

Já a Conferência "Direitos Culturais como Direitos Humanos" está marcada para a próxima segunda-feira (10), às 10h, na sala de cursos. Ministrada pelo cientista político Julio Aurelio, membro da Cátedra UNESCO em Política Cultural e Gestão da FCRB, a conferência levantará reflexões sobre os direitos culturais na cidadania moderna. O evento faz alusão à comemoração dos 70 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos.

No mesmo dia 10, no período da tarde, a fundação promove a palestra "Editar Clarice", com o historiador, fotógrafo, curador e professor Pedro Vasquez. Ele apresentará o processo de preparação da coletânea "Todas as crônicas", lançado na Bienal do Livro de São Paulo, em agosto deste ano. Ainda serão abordadas a obra "Todos os contos" (organizado por Benjamin Moser) e as demais edições especiais da obra de Clarice publicadas pela Editora Rocco nos últimos 15 anos, todas sob sua responsabilidade. A palestra ocorre às 15h, no porão do museu da FCRB.

Lançado em 2011 pelo Instituto Moreira Salles, o evento "Hora de Clarice" ocorre todos os anos nessa mesma data para homenagear a escritora Clarice Lispector, nascida em 10 de dezembro de 1920.
Curso de Verão: Imigração e Refúgio
De 10 a 14 de dezembro, das 9 às 18h, a Casa de Rui Barbosa oferece o "IV Curso de Verão – O refúgio em uma perspectiva global". Organizado pelo Centro de Estudos de Direito e Política de Imigração e Refúgio (CEDPIR) da fundação, o curso tem carga horária de 40 horas e é composto por apresentações, debates e estudos de caso sobre a temática do refúgio. O público-alvo é formado por pesquisadores e pós-graduandos ou pessoas que trabalhem direta ou indiretamente com o assunto no setor público ou privado. É recomendado que os participantes possuam conhecimento intermediário da língua inglesa. As inscrições podem ser feitas pelo e-mail cedpir.casarui@gmail.com. O CEDPIR foi criado em 2013 com a proposta de fomentar o desenvolvimento de pesquisas na área de direito e política migratória internacional.

Serviço
II Seminário Internacional da Cátedra Unesco de Políticas Culturais e Gestão
Data: 5/12
Horário: 16h
Local: sala de cursos da Fundação Casa de Rui Barbosa
Endereço: Rua São Clemente 134, Botafogo - Rio de Janeiro (RJ)
Entrada gratuita

Conferência "Direitos Culturais como Direitos Humanos"
Data: 10/12
Horário: 10h
Local: sala de cursos da Fundação Casa de Rui Barbosa
Endereço: Rua São Clemente 134, Botafogo - Rio de Janeiro (RJ)
Entrada gratuita

Palestra "Editar Clarice"
Data: 10/12
Horário: 15h
Local: porão do museu
Endereço: Rua São Clemente 134, Botafogo - Rio de Janeiro (RJ)
Entrada gratuita

IV Curso de Verão – O refúgio em uma perspectiva global
Data: 10 a 14/12
Horário: das 9 às 18h
Endereço: Rua São Clemente 134, Botafogo - Rio de Janeiro (RJ)
Entrada gratuita

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A inovação e a tecnologia acabarão com os livros?

GaúchaZH - Gabriela Ferreira - 05/12/2018

“É fundamental entender o contexto de transformação do mercado, causas e implicações econômicas para buscar saídas"

A imprensa, inventada por Gutenberg por volta de 1430, é considerada uma das maiores inovações da era moderna. Para além do mecanismo dos tipos móveis, capaz de reproduzir manuscritos em minutos, o reconhecimento se deve ao seu impacto. Com a possibilidade de imprimir obras em escala, o conhecimento contido nelas foi se espalhando e garantiu a evolução da educação, da ciência e da tecnologia de forma ampla.

Hoje, quando inovação é palavra da moda, assistimos a uma crise sem precedentes na indústria do livro, e muitos acreditam que ele está com os dias contados. Mas o que, de fato, está em crise? De acordo com dados da BookMap.org, o mercado editorial mundial alcançou os 122 bilhões de euros em 2017, superando o de música e o de games. O ranking é encabeçado pelos Estados Unidos, com 30% do mercado mundial, e seguido pela China, com 17%. Depois desses, só figuram individualmente Alemanha, Japão, Reino Unido e França, responsáveis por algo entre 8% e 4% do mercado cada um. O Brasil ocupa a 13ª posição, no grupo do “resto do mundo”. No país, após um período de redução, houve aumento de 15% em 2017 e de 14% só no primeiro trimestre de 2018. Como se justifica, então, o fechamento das livrarias? Certamente há vários fatores envolvidos no atual cenário de incertezas. O livro vai mesmo acabar? A crise é do produto ou do setor? A grande mudança é o e-book ou o comércio eletrônico? As pessoas não leem ou precisamos de modelos mais eficientes de varejo? Nos EUA, por exemplo, além do crescimento da gigante Amazon (o que, aliás, também acontece por aqui), as livrarias independentes estão florescendo.

É fundamental entender o contexto de transformação do mercado, causas e implicações econômicas para buscar saídas. Mas é crucial saber o que significam as mudanças e o que é inegociável. E me parece claro o que é necessário defender: o livro como veículo do conhecimento, ponte para o saber, instrumento de evolução humana. Seja ele físico ou digital. Talvez nada substitua a experiência de cheirar as páginas de um livro. Mas quem duvida de que a tecnologia trará aromas para o digital?

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Academia de Letras premia vencedores do concurso literário Júlio Salusse

A voz da Serra - 05/12/2018 |

A Academia Friburguense de Letras (AFL) promove nesta sexta-feira, 7, às 19h, no plenário da Câmara de Vereadores de Nova Friburgo, a solenidade de premiação dos vencedores da 5ª edição do Concurso Literário Nacional Júlio Salusse. Este ano, o concurso teve 186 textos inscritos que concorreram nas categorias poesia e prosa. “Será uma linda festa de valorização da literatura, de estímulo ao leitura e ressalta os esforços empreendidos pelos participantes e pela comissão julgadora”, prevê a presidente da Academia Friburguense de Letras e colunista de literatura do site de A VOZ DA SERRA, Tereza Malcher.

O concurso literário Júlio Salusse homenageia a cada ano os literatos, artistas e pessoas eminentes que tiveram vínculos com Nova Friburgo, como Machado de Assis e Villa-Lobos. Este ano, em virtude do aniversário de 200 anos de Nova Friburgo, celebrados no último dia 16 de maio, o evento vai exaltar o Rei Dom João VI, que promulgou o decreto que fundou a cidade autorizando a vinda de famílias suíças para povoar as terras da então Fazenda do Morro Queimado.

O Concurso Nacional Júlio Salusse reuniu participantes de vários estados brasileiros, e os vencedores foram do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Norte. Dilson Solidade Lima foi, pela segunda vez, vencedor na modalidade poesia.

O coordenador do concurso foi o acadêmico, e também colunista de A VOZ DA SERRA, Robério José Canto. Os textos foram avaliados pelos professores e escritores Anabelle Loivos Considera, Irapuã Guimarães, André Luiz Freire, Wander Lourenço, Diego Hottz e o colunista social do jornal, David Massena.

Os vencedores

- Categoria poesia

1º lugar - Dilson Solidade Lima (BA)

2º lugar -  José Maurício de Azevedo (SP)

3º lugar -  Silas Camilo de Lira (RN)

- Categoria prosa

1º lugar - Ana Maria Ambrosio Ferreira (RJ)

2º lugar – Rogério Amaral de Vasconcellos (RJ)

3º lugar – Flávio Evans Soares Brito Junior (BA)

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Canal Curta! estreia no dia 13, série inédita, em 14 episódios, sobre mercado editorial brasileiro


Curta! - 06/12/2018 |

Em 14 episódios de 26 minutos, a série se embrenha por entre as engrenagens que movimentam o mercado editorial brasileiro e traz à tona tudo aquilo que a maioria dos leitores desconhece sobre os bastidores desse negócio que movimenta bilhões de reais por ano. A série vai além do 1% de inspiração e mergulha nos outros 99% de transpiração, enfocando não apenas o ponto de vista de quem dá vida a envolventes histórias, mas também a visão da extensa lista de profissionais que colaboram ao longo de todo o processo de feitura de uma obra. A cada episódio, a série convida autores, editores, publishers, agentes literários, designers, tradutores, livreiros e outros profissionais para revelarem as particularidades do saboroso ofício de se fazer livros.

1 episódio: O Mercado do Livro
2 episódio: Passo a passo da produção editorial
3 episódio: Ascensão de novos talentos
4 episódio: Ofício de editor
5 episódio: Valor do livro
6 episódio: Forma é conteúdo
7 episódio: Mercado das adaptações
8 episódio: Literatura tipo exportação,
9 episódio: Escrita por encomenda
10 episódio: Importância do título
11 episódio: Gêneros ou nichos
12 episódio: Marketing do livro
13 episódio: Para que serve um prêmio?
14 episódio: Cena editorial independente

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Tentativa de fixar preço do livro divide opiniões no mercado editorial

Abrelivros -  Por Eduardo Moura, Folha de S. Paulo - 04/12/2018 |

Para tomar um fôlego e tentar se proteger da concorrência, entidades do mercado livreiro tradicional têm se movimentado em prol da chamada "lei do preço fixo", que propõe a proibição de descontos superiores a 10% em novos títulos no primeiro ano após o seu lançamento.

As exceções são para vendas diretas para o governo ou em feiras de livros.

Livrarias e editoras andam mal das pernas. Nos últimos meses, as duas maiores redes do Brasil, a Saraiva e a Cultura, entraram com pedidos de recuperação judicial. Essas duas e outras livrarias têm atrasado o pagamento às editoras.

Entre 2006 e 2017, o mercado livreiro teve queda de 21% no faturamento, segundo estudo encomendado pelo Snel, o Sindicato Nacional dos Editores de Livros

O projeto de lei n° 49, de 2015, de autoria de Fátima Bezerra (PT-RN), tramita no Senado e aguarda parecer da Comissão de Assuntos Econômicos há mais de um ano. Em consulta popular no site do Senado, o projeto tinha 3.582 votos contrários e 585 a favor até a conclusão desta edição.

Depois do projeto de lei, um novo texto, com teor parecido e batizado Política Nacional de Regulação do Comércio de Livros, foi produzido no Ministério da Cultura e encaminhado para análise na Casa Civil, em setembro deste ano.

"Esse nome [preço fixo] é errado. A gente não está fixando o preço, a gente quer uma regulamentação do desconto", diz Luís Antonio Torelli, presidente da CBL (Câmara Brasileira do Livro).

A International Publishers Association (associação internacional de editores), no entanto, chama de "fixed book price" (preço fixo do livro) esse tipo de iniciativa, seja legislação, seja um acordo entre as partes.

A lei, no entanto, não é encarada pelo mercado como cura milagrosa para todos os males do setor livreiro. E nem os descontos são encarados como o único vilão.

"O desconto abusivo é um fator preponderante, mas não é o único fator", diz Torelli, que diz não achar que a prática possa ser caracterizada como dumping, quando empresas vendem mercadorias abaixo do valor de mercado para derrubar a concorrência.

A Amazon, cada vez mais forte, enviou há pouco uma carta a editoras brasileiras propondo antecipar pagamento. "Podemos realizar pagamento de seus recebíveis em taxas mais baixas do que as de mercado", dizia a carta.

Não raro, a empresa americana e outros sites que vendem livros oferecem descontos substanciais em seu catálogo —pressionando livrarias tradicionais, que nem sempre conseguem acompanhar a corrida dos descontos.

O mercado livreiro é especialmente sensível a descontos, já que, ao contrário de outros produtos que têm preço engessado pela carga tributária, o livro é imune a tributos como ICMS, PIS/Cofins e IPI.

Na contramão do preço fixo, tramita na Câmara um projeto de lei que propõe tornar obrigatória a disponibilização do formato digital ao consumidor que comprou o livro físico. O texto foi aprovado pela Comissão de Cultura.

Segundo Carlo Carrenho, consultor editorial e fundador do Publishnews, boletim de notícias do segmento, a lei tornaria mais caro o preço médio de livros populares e best-sellers, que costumam ter descontos. Em contrapartida, títulos de perfil mais elitizado não seriam influenciados pela lei. "Você vai ter livros populares subsidiando livros intelectuais [voltados para o público] de classe média e alta. Isso é um absurdo."

"A lei castiga quem é produtivo e eficiente e consegue ter preço mais baixo", diz Carrenho. "A Amazon não é o que é por vender livro barato. Tem um serviço muito bom", diz.

"O grande problema é a consignação", diz o consultor Eduardo Vilela. Nesse modelo, a editora negocia uma quantidade de estoque com a livraria, que, por sua vez, assume a responsabilidade de "empenhar os melhores esforços para fazer o livro vender". Ou seja, a livraria não compra de antemão os títulos que expõe.

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Bienal do Livro Guarulhos 2018

Bienal do livro Guarulhos 2018 - 06/12/2018 |

A Bienal do Livro de Guarulhos “Páginas que Conectam” recebeu na noite desta quarta-feira, 5, o professor de ética e empreendedorismo, mestre em administração e consultor Marcus Nakagawa. Ao público do evento, Nakagawa ofereceu seu olhar sobre  questões ambientais e de cidadania, propostas amplamente abordadas por ele na obra “101 Dias com Ações Mais Sustentáveis para Mudar o Mundo”, lançada em primeira mão durante a Bienal.

Um dos grandes destaques da programação desta quinta-feira, 6, é o bate-Papo, sessão de autógrafos e apresentação do livro “Vamos dar a volta ao mundo?”, com Marina Klink, às 18h, no auditório 2 – O Menino Maluquinho. Logo mais, às 20h, o economista Luiz Carlos Ewald, “Sr. Dinheiro”, autor do livro “Sobrou dinheiro – Como administrar as contas da casa”, apresenta palestra no auditório 1 – O Pequeno Príncipe.



LOCAL
Parque Linear Transguarulhense
Av. Transguarulhense – Parque Continental

Horários
Segunda a sexta: das 8 às 22h
Sábados e domingos: das 10 às 22h

Entrada Gratuita*
*para todas as atividades serão disponibilizadas senhas, por ordem de chegada, distribuídas sempre com uma hora de antecedência no local da atividade.


Capacidades:

Auditório 1 “O Pequeno Príncipe”: 350 pessoas

Auditório 2 “O Menino Maluquinho”: 250 pessoas

Auditório 3 “Dom Quixote”: 50 pessoas

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Vencedores do Prêmio IPL – Retratos da Leitura serão conhecidos na próxima segunda-feira

SEGS - Jo Ribes - 03/12/2018

Os doze vencedores do Prêmio IPL - Retratos da Leitura serão anunciados nesta segunda-feira, dia 10 de dezembro. A cerimônia de premiação acontece às 19h, no Unibes Cultural, em São Paulo, com a presença de convidados de todo mercado editorial e do patrono do prêmio deste ano, Mauricio de Sousa.

Lançado desde 2016, pelo Instituto Pró-Livro – IPL, o prêmio tem como objetivo reconhecer e homenagear organizações que promovem o fomento à leitura no país.

A premiação está dividida em quatro categorias: Cadeia produtiva, Organizações Sociais Civis, mídia e bibliotecas. Os três primeiros colocados de cada categoria receberão troféu e todos os finalistas receberão selo que qualifica o projeto como finalista.

Conheça os finalistas (em ordem alfabética), por Categoria:

Cadeia Produtiva:

Akangatu — A Palavra Feita Forma - NADA Estúdio Criativo – SP;
Caravana Teatral Do Livro Em Cena - Pró-Arte Movimento - Comércio De Obras De Arte Ltda. – Me – PR;
Festival Literário De Poços de Caldas - GSC Eventos Especiais Ltda – MG;
Incrível Máquina De Livros - Infinito Cultural Eireli – SP;
Jornada Literária Nuang - Caminhos Da Liberdade - Editora Piraporiando – RJ;
No Caminho tem um Livro - Editus - Editora da Universidade Estadual de Santa Cruz – BA;
Prêmio Ecofuturo De Bibliotecas - Instituto Ecofuturo - Futuro Para O Desenvolvimento Sustentável – SP;
Prêmio Espantaxim - Concurso Nacional Literário Infantil - D.A.Produções Artísticas (Projeto Espantaxim) – SP;
Programa Myra - Juntos Pela Leitura - Fundação SM Brasil - SP;
Transversalidades - Pergunta Fixar Editora Produtora de Arte, Educação e Cultura – DF;

Categoria OSCs:

Aprender A Ler É Um Prazer - Frente de assistência à Criança Carente – CE;
Batuque Na Caixa/Núcleo De Literatura - Instituto Cultural Arte Brasil – PR;
Biblioarte Lab - Associação Casa da Árvore – MG;
Clube De Leitura Quilombo Mirim - Núcleo de Jovens Políticos – SP;
Educação De Jovens E Adultos: Literatura Na Alfabetização - Fundação Vale – RJ;
Leituras Na Praça - Universidade Federal do Ceará (Depto. de Letras Estrangeiras) – CE;
Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas Para Todos - Mais Diferenças – SP;
Piracaia Na Leitura - Instituto Cultura Etc. – SP;
Programa Conecta Biblioteca – Recode -RJ
Projeto Transformar - Instituto João e Maria Backheuser – RJ;

Categoria Mídia:

A Cigarra e a Formiga - Daisy Carias de Oliveira – PR;
Fafá Conta - Fafá Conta – PR;
Jornal Joca - Editora Magia de Ler Ltda. – SP;
Leia Mulheres - Juliana Gomes, Michelle Henriques e Juliana Leuenroth – SP;
Ler antes de morrer - Isabella Lubrano Paes Manso – SP;
Livrada! - Livrada! – PR – PR;
Na Corda Bamba Literatura Infantil - Na Corda Bamba – RJ;
Página Cinco – Uol – SP;
Revista Quatro Cinco Um - Associação Quatro Cinco – SP;
Vá Ler Um Livro - Vá Ler Um Livro – SP;

Categoria Bibliotecas:

Bibliocicleta: Posso Fazer Uma Leitura? - Biblioteca Comunitária da Residência 05 – MA
Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura - Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário Queiróz Filho – IBEAC – SP;
Biblioteca Comunitária Wagner Vinicio - Biblioteca Comunitária Wagner Vinicio – RJ;
Biblioteca Parque Villa-Lobos - SP Leituras - Associação Paulista de Bibliotecas e Leitura – SP;
Chá Com Poesia - Biblioteca Municipal Murilo Mendes – MG;
Meu Tempo de Ler - Biblioteca Pública Municipal Fonte do Aprendiz – MT;
Parnamirim, Um Rio Que Flui Para O Mar Da Leitura - Angelica Fernandes de Oliveira Vitalino – RN;
Programa Loucos Por Leitura - Associação Clube Osquindô – MG;
Projeto Exposições Literárias Itinerantes De Minas Gerais - Secretaria do Estado de Cultura de Minas Gerais – MG;
Rede Baixada Literária - ACOPC - Associação Comitê Ponto Chic – RJ;
Sala De Leitura Ojuobá - Sala De Leitura Ojuoba – RO;

O evento de Premiação para entrega de Selo a todos os finalistas e dos Troféus a três premiados por Categoria, vai acontecer dia 10 de dezembro de 2018, no Unibes Cultural, em São Paulo. Agende!

Serviço:
Prêmio IPL Retratos da Leitura ( www.prolivro.org.br e plataforma.prolivro.org.br)
Data: 10 de dezembro
Horário: 19h
Local: UNIBES CULTURAL -SP

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Movimento #vempralivraria busca engajar as pessoas a descobrirem o universo dos livros

Cia de Marketing - Thales Brandão  - 03/12/2018 |

Ir à livraria, escolher um bom título e presentear alguém, encontrar amigos e colocar o papo em dia, conhecer um novo autor e se abrir para novas ideias. Para engajar todos que gostam de ler e novos leitores a descobrir o universo dos livros, as livrarias Leitura, Cultura, da Vila, Curitiba e Saraiva, junto com a Associação Nacional de Livrarias (ANL), se uniram e criaram o movimento #Vempralivraria. O objetivo é estreitar ainda mais a relação do público com esses espaços que reúnem conhecimento, histórias e momentos especiais, além de incentivar a compra do livro como presente.

Trata-se de um movimento unificado das livrarias, mas que também envolve editoras parceiras. Além da ação integrada entre as marcas citadas, o movimento também convida a todos que queiram se juntar à causa e usar a hashtag da ação em suas redes sociais proprietárias e materiais de ponto de venda. As artes podem ser baixadas pelo site da ANL (http://anl.org.br/site/novo/).

Para engajar as pessoas a ocupar as livrarias, despertando a curiosidade e estimulando o interesse ainda maior delas por esse ambiente, as lojas vão contar com ações de interação com o público. Um painel instalado em cada um desses espaços vai permitir que as pessoas declarem seu amor pelos livros.

A ação conta com uma série de iniciativas no meio digital. Nas redes sociais, o público vai poder aplicar em sua imagem de perfil do Facebook a hashtag #vempralivraria, que ficará disponível nas páginas proprietárias de cada livraria participante com o passo a passo de como fazer. No Instagram, as marcas vão incentivar o público a contar histórias com seus livros preferidos, autores e momentos nas livrarias, usando a hashtag.

Ler Mais: Cia de Marketing

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O futuro das livrarias passa por explorar a Experiência do Cliente

CIO - Cezar Taurion - 03/12/2018 |

A Livraria Saraiva entrou com pedido de recuperação judicial no dia 23 de novembro. A rede de varejo brasileira vende livros, eletrônicos, filmes e músicas, e chegou a citar a concorrência de serviços de streaming, como os oferecidos pelo Spotify e Netflix, no seu pedido feito à Justiça. Mais um capítulo da crise que afeta grandes livrarias.

A rede Laselva já teve sua falência decretada pela Justiça, com mais de R$ 100 milhões em dívidas. Depois a francesa Fnac fechou sua última unidade no país, na capital paulista, e saiu do Brasil em setembro. A Cultura assumiu as operações da Fnac no Brasil em troca de € 36 milhões, na ocasião, algo em torno de R$ 130 milhões. Para a Fnac, repassar esse dinheiro pareceu ser um bom negócio, pois o simples encerramento de suas operações no país poderia custar muito mais. Por outro lado, vemos outras redes, como a mineira Leitura, crescendo.

Estas movimentações mostram claramente que o mercado de livros terá de se reinventar. A culpa direta ou indireta seria da Amazon, segundo reclamam alguns empresários do setor. A Amazon chegou ao Brasil em 2014, vendendo apenas livros. Na época, livrarias se mobilizaram e procuraram ajuda do governo para limitar a sua atuação, alegando risco para o mercado. Levantou-se a possibilidade de criação de um preço único do livro, para impedir que a multinacional vendesse mais barato que suas concorrentes.

As tentativas de recuperação das livrarias não foram no sentido de se reinventarem, mas de tentarem mais do mesmo, como na insistência da aprovação da Lei do Preço Fixo, cuja maior finalidade é controlar os preços da indústria livreira. Este projeto, que tramita no Congresso (PL 49/2015), define que qualquer livraria, física ou virtual, só pode dar descontos de até 10% para publicações no primeiro ano após seu lançamento. A verdade é que, mesmo antes de a Amazon chegar ao Brasil, Saraiva e Cultura já praticavam descontos agressivos. Em muitos casos, os preços das lojas online eram mais convidativos do que os das lojas físicas.

Portanto, será mesmo que a crise é apenas decorrente da chegada da Amazon? Será que o problema está ligado ao produto em si, o livro, ou é mais decorrente de questões de gestão e visão das livrarias falidas?

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ABIGRAF CRIA GRUPO DE TRABALHO PARA AJUDAR A REORGANIZAR A CADEIA PRODUTIVA DO LIVRO NO BRASIL

04/12/2018 |


Crise das livrarias Cultura e Saraiva vira bola de neve e agrava ainda mais a situação das gráficas do setor editorial, em crise desde 2014

O Grupo Editorial da Associação Brasileira da Indústria Gráfica – ABIGRAF, criou nesta sexta-feira (30.12) um grupo de trabalho para ajudar a reorganizar a cadeia produtiva do livro. Capitaneado por João Scortecci, diretor do segmento editorial, o grupo tem como objetivo minimizar os efeitos da crise das grandes livrarias para o setor gráfico. “As livrarias em recuperação judicial não pagam as editoras, que não pagam as gráficas, que por sua vez não conseguem reajustar os preços desde 2014 e agora sofrem com a inadimplência”.

O empresário afirma que o volume de livros impressos no Brasil se mantém na casa dos 350 milhões por ano, porém a margem de lucro das gráficas caiu drasticamente, pois os empresários não conseguem reajustar os preços. “O livro no Brasil está muito barato. Em média, metade do que custa na Europa e Estados Unidos, sem falar na carga tributária elevada e do custo Brasil”. Como exemplo, ele cita o fato de que uma bíblia importada da China chega a ser 30% mais barata do que uma impressa no Brasil, pois livros importados não pagam PIS e Cofins. No Brasil todos os livros (didáticos, religiosos, romances etc) têm a mesma classificação fiscal. “Há gráficas que demitiram até 60% dos funcionários e venderam metade de seus equipamentos como única maneira de sobreviver”.
Scortecci lembra que a venda de livros no Brasil tem aumentado de maneira tímida e que o problema está no modelo de negócio. “Os custos para manter mega lojas são muito altos. Repensar esse modelo é tarefa urgente. Nos últimos anos, enquanto os gráficos se desdobravam para sobreviver, grandes editoras e redes varejistas não fizeram a lição de casa e o resultado é esse: a crise das livrarias afeta toda a cadeia produtiva do livro”.

Com a criação do grupo de trabalho, a ABIGRAF sinaliza ao mercado a disposição dos empresários em colaborar, porém, medidas que vão do reajuste de preços até a exigência de que as editoras ofereçam garantias de pagamento para novas impressões devem ser tomadas. “O livro não está em crise, as livrarias é que estão. Acreditamos que passou da hora de autores, editoras, gráficas, distribuidoras e livrarias se unirem para buscar soluções equilibradas e que beneficiem toda a cadeia. Estamos otimistas e acreditamos que essa crise é a oportunidade para redesenharmos o negócio do livro no Brasil. Há espaço para que todos cresçam, mas temos que tomar medidas conjuntas, práticas e efetivas. A hora é essa”, finaliza Scortecci.

Informações à Imprensa: Fábio Behrend (11) 97438-8182
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Crise do mercado editorial revela falência de um modelo

G1 - Luciano Trigo - 01/12/2018 |

O ano de 2018 chega ao fim com o mercado editorial e livreiro do Brasil vivendo uma das maiores crises de sua história. Consideradas gigantes do setor, as redes de livrarias Cultura e Saraiva – responsáveis pela venda no varejo de 40% dos livros no país – entraram em processo de recuperação judicial, fechando lojas em dezenas de cidades, demitindo em massa e dando um calote de mais de R$ 300 milhões nas editoras. Mas esta é apenas a parte visível do iceberg.

Com alguma experiência acumulada em diferentes pontas do setor – como editor de suplementos literários em jornais e revistas, como autor de mais de uma dezena de livros publicados, como editor de títulos de ficção e não-ficção em algumas editoras e até mesmo como agente da política pública (além de, evidentemente, como leitor inveterado e verdadeiramente apaixonado por livros) – minha impressão é que não se trata de uma crise conjuntural, mas da falência de um modelo que já vem há anos dando sinais de esgotamento.

E não falo apenas do aspecto econômico: é certo que se trata de um mercado no qual, considerando receitas e despesas, geralmente a conta não fecha. Mas outro aspecto essencial da crise é simbólico: ao longo dos anos, o espaço dos livros físicos na vida dos leitores diminuiu, tanto como forma de entretenimento quanto como ferramenta essencial e indispensável de formação e emancipação. Este é um fenômeno sociológico que se pode lamentar, mas que não pode ser negado.

É claro que isso decorre de aceleradas transformações tecnológicas e comportamentais associadas à digitalização, que multiplicam a oferta de conteúdos que disputam a atenção e o tempo cada vez mais escasso do consumidor de bens culturais. Mas houve também, é necessário que se diga, uma resistência psicológica do mercado editorial a compreender o real impacto dessa mudança, tanto nos ambientes físicos quanto nos virtuais.

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#DesafioDasLivrarias l Desafio é lançado visando a melhoria da crise editorial

Desencaixados - Victor Tadeu - 02/12/2018 |

Atualmente o mercado editorial está sofrendo uma das piores fases do setor, infelizmente a crise econômica também está atacando o meio literário e muitos livreiros estão assustados com todo o resultado deste desastre.

A Livraria Cultura e a Saraiva, duas empresas responsáveis pela maior distribuição em venda de livros do Brasil, estão sendo o resultado da crise editorial, onde diversas livrarias estão sendo fechadas, empregados sendo demitidos em massa e altas dívidas pendentes, levando muitas editoras à preocupação.

Em vídeo o Marcos da Veiga Pereira, sócio diretor da Editora Sextante e presidente do SNEL (Sindicato Nacional dos Editores de Livros), lançou um desafio visando a movimentação econômica das livrarias, cujo intuito é levar leitores ao estabelecimento e adquirir um exemplar, consequentemente a ideia é desafiar outros três amigos para fazer o mesmo e assim por diante.

Aproveitando o meio digital para aglomerar um número maior de leitores, a ideia da #DesafioDasLivrarias é realizar os procedimentos e desafiar os amigos em redes sociais, assim todos conseguem se comunicar e entender um pouco mais sobre o desafio através da hashtag.

Nas redes sociais diversas pessoas estão publicando textos informativos e preocupantes sobre a crise, inclusive uma hashtag foi levantada no Twitter para alertar uma grande parcela de pessoa, a ideia da hashtag é incentiva as pessoas presentar os famílias e amigos com livros, principalmente neste final de ano com duas datas comemorativas.

Ler Mais: Desencaixados
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Em tempos de crise, ideias criativas fazem a literatura circular pelo Brasil

UOL - Maria Fernanda Rodrigues - 02/12/2018 |

Bernardo Napolitano não conseguia dormir se seus pais não contassem uma história para ele. "Eles contavam, mas queriam descansar e eu ficava chorando, pedindo mais, e acabava conseguindo", relembra o garoto que hoje, aos 12 anos, mantém o hábito de ler à noite. Agora, sozinho.

Apenas 33% da população brasileira teve, como Bernardo, alguém que o incentivasse a ler. Para 15%, essa pessoa foi a mãe ou responsável do sexo feminino (11%) e o pai ou responsável do sexo masculino (4%). Os dados são da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2016), que diz ainda que 44% da população não lê e 30% nunca comprou um livro.

Quando o Colégio Albert Sabin pediu que seus alunos (tem até o Ensino Médio) mergulhassem nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU e criassem projetos relevantes, a ideia de uma biblioteca foi natural para Bernardo, e foi fácil convencer os amigos Leonardo Jun, Pedro Baccalá e Rafael Romano. Houve um prêmio no final, e a Biblioteca Social Colaborativa dos meninos, instalada em uma das 10 geladeiras que iriam para o lixo e que eles ganharam de uma fábrica de sorvete, e que hoje funciona no pátio da Emef Conde Luiz Eduardo Matarazzo, pertinho do Albert Sabin, venceu.

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“Ironias do Tempo” reúne duas décadas de crônicas de Luis Fernando Verissimo

GaúchaZH - Carlos André Moreira - 02/12/2018 |

Não é à toa que a raiz de “crônica” está em Krónos, palavra grega para o tempo: cronistas foram, em eras antigas, proto-historiadores que registravam as façanhas e acontecimentos notáveis de um determinado período ou reinado. Nesse sentido, é bastante apropriado o recorte escolhido pela escritora Adriana Falcão e sua filha, a professora Isabel Falcão, para a nova coletânea de textos do mestre da crônica brasileira, Luis Fernando Verissimo. Ironias do Tempo, o volume resultante desse projeto, reúne artigos publicados na imprensa por Verissimo ao longo das últimas duas décadas e funciona ora como registro bem-humorado de um tempo em acelerada transformação, ora como perturbadora evidência de que algumas coisas mudaram muito pouco no país.

– A ideia foi da editora (Companhia das Letras) – explica Verissimo – Já tinham feito o mesmo com um livro meu de textos infantojuvenis, selecionados e apresentados pela Ana Maria Machado. A Adriana e a Isabel, mãe e filha escritoras, devem ter resistido à tentação de dar uma melhorada nos textos. Que eram muitos e de várias épocas, e imagino que deram trabalho. Que agradeço.

Adriana comenta:

– Achar um fio unificador foi uma tarefa gigantesca. Eu e Isabel lemos mais de mil crônicas e ambas tivemos a mesma sensação. Tem uma coisa bonita aqui que dá uma ideia do quanto mudou de lá pra cá. E, ao mesmo tempo, tem crônicas lá de 2009 que, em 2018, estavam iguais. Parecia que cada crônica reiterava esse duplo tratamento: como o tempo pode mudar tudo e como, às vezes, pode não mudar nada. Foi assim que propusemos esse tema, Ironias do Tempo.

Adriana, 58 anos,  foi convidada pela editora a assumir a seleção das crônicas. Ao longo do processo, começou a consultar Isabel, 26 anos, formada em Letras e com experiência prévia no mercado editorial. A troca de opiniões foi se tornando tão orgânica que Adriana propôs que a filha fosse agregada ao projeto, o que, de certa forma, coroou uma admiração antiga que Isabel sentia pelo trabalho de Verissimo.

– Me tornei fã dele ainda criança, devia ter uns oito anos de idade. Ele tinha um livrinho de desenhos que eu  reproduzia, e minha mãe mostrou para a Mariana Verissimo, filha dele. O livro Crônicas para Ler na Escola ele mandou para mim com uma dedicatória. Achei aquilo muito doce. Ele continuou por anos com a gentileza de responder às minhas cartas – conta Isabel.

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EVENTO DE CONFRATERNIZAÇÃO SCORTECCI 2018


No próximo dia 15 de dezembro, sábado, das 14h00 às 20h30, no Espaço Scortecci, a editora realizará o seu já tradicional evento de final de ano com a presença de autores, amigos, fornecedores e apaixonados por livros.
As novidades são muitas! Além de intensa programação, com lançamentos de 15 novos títulos, da antologia de poesias, contos e crônicas Tempo Insólito, de recital lítero-musical, no Jardim Literário, da Tenda Pingo de Letra para contação de histórias, a Scortecci e outras vinte editoras brasileiras inauguram na web, a Livraria do Mercado.
A Loja, de linhas editoriais diversas, para venda de livros no varejo através de um canal forte, ágil, dinâmico, moderno, responsivo está conectada com os principais sites de grandes redes varejistas. Para atender a demanda a Scortecci inaugurou em 2018, no bairro de Pinheiros, São Paulo/SP, um novo espaço para sua logística e da Livraria do Mercado.
Fazem parte ainda do projeto Livraria do Mercado, uma loja física e uma Banca Digital, para impressão de livros esgotados e fora de catálogo, em parceria com o Print on Demand, plataforma na Web de autopublicação.
O evento, que promete ser concorrido, superando o do ano de 2017, com público superior a 400 convidados, conta, mais uma vez com o apoio institucional da Canon do Brasil, na impressão digital dos livros através da Gráfica Scortecci e da Bignardi Papéis, no fornecimento de papéis editoriais Book Millennium.

PROGRAMAÇÃO

14h00 às 16h00 - Tenda Pingo de Letra, para Contação de Histórias

15h00 às 18h00 - Recital Lítero-musical no Jardim Literário

16h00 às 18h00 - Lançamento da Antologia Tempo Insólito

19h00 às 19h30 – Inauguração na web da Livraria do Mercado

18h00 às 20h30 - Lançamento coletivo 15 novos títulos.

LANÇAMENTOS:

A BONECA MÁGICA, Evani Alves
A BRUXINHA QUE SÓ QUERIA VOAR, Marlene Leme da Silva
A GRANDE AVENTURA DE CHAPEUZINHO DOURADO E O LOBO, Regina Márcia
A (IN)JUSTIÇA DOS HOMENS, Luís Carlos Salomão
ENSAIOS POÉTICOS, Sylvia Maria Piva Camargo
ENTRE RISCOS E RABISCOS, Aline Tenório Almeida
CHARLIE THE FISH, Meire Marion
GATO CAMALEÃO, Luciane Madrid Cesar
O PRIMO DO CHARLIE, João Arthur Marion Navarro e Meire Marion
O QUE SERÁ?, Maria José Paiva de Farias
O REI SALAMÊ MINGUÊ, Paula Vieira Bueno de Oliveira
PARA TODA A VIDA!, Edimilson Eufrásio
PEIXE PAPIRO, Beatriz H. Ramos Amaral
RAZÃO PARA SER LOUCA, Ana Costa
VELHICES E OUTRAS COISAS, Ana Cristina Passarella Brêtas
SERVIÇO

LOCAL: Espaço Scortecci
Rua Dep. Lacerda Franco, 96, Pinheiros, São Paulo/SP
Horário das 14h00 às 20h30.
Metrô Faria Lima – saída Teodoro Sampaio
Telefone: (11) 3032-8848

ENDEREÇOS NA WEB

Livraria do Mercado: https://www.livrariadomercado.com.br
Print on Demand: https://www.printondemand.com.br
Scortecci: https://www.scortecci.com.br
Pingo de Letra: http://www.pingodeletra.com.br
Canon do Brasil: https://www.canon.com.br/
Bignardi Papéis: http://www.bignardipapeis.com.br/


Mais informações:

Janaína Alves
marketing@scortecci.com.br
Telefones: (11) 3032-1179 ou (11) 3032-8848

Guilherme Loureiro
guilhermeloureiro.imprensa@gmail.com

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Carta a Luiz Schwarcz

Jornal Já - Pedro Paulo Graczcki - 30/11/2018 |

Carta de amor aos livros uma ova.

O sr. Luiz Schwarcz, da Cia das Letras, escreveu uma pseudo-carta de amor aos livros e nos pede algo que ele nunca teve: solidariedade e defesa de classe. Pois bem, qualquer estagiário sabe que ter somente um fornecedor, ou somente um ou dois clientes é burrice. Ou erro estratégico se preferir.

Quer saber? Bem feito, vocês nos ferram há muitos anos. Sou pequeno livreiro em Cachoeira do Sul (RS), faço 200 feiras de livros por ano. Sem ajuda governamental. E faz muitos anos que o Sr. Schwarcz me ignora e tenta me derrubar. Ele com a Saraiva, a Cultura, a Fnac e as grandes editoras, fizeram de tudo para destruir o mercado livreiro, e agora que destruíram ele pede solidariedade, clama por socorro. Bem feito!!!!

Aprendam, nunca apostem todas as fichas numa única jogada e nunca menosprezem pequenos parceiros.

Nossa maior incoerência é termos muito mais editoras que livrarias. É como se tivéssemos 1.000 frigoríficos e 50 açougues no Brasil inteiro. E os frigoríficos ainda tentassem acabar com os açougues. Dá pra imaginar? Pois é assim mesmo no mercado livreiro. E para piorar as “grandes editoras e livrarias” tem 100% de isenção de impostos enquanto as pequenas pagam 7,8% sobre o faturamento.

Agora a vaca foi atirada no precipício. Que momento lindo, que oportunidade única para sentarmos todos, pela primeira vez em pé de igualdade e discutirmos de igual pra igual nosso futuro. Ao invés de uma mega-caloteira, por que não, 200 pequenas livrarias?

O Brasil tem mais de 5 mil municípios, mas os senhores só querem vender nas capitais. Dos 200 milhões de habitantes quantos compram na internet?.
Não existe associação de livrarias. As associações que estão por aí são todas tomadas por grandes editoras ou grandes livrarias. Quem fala em nosso nome, dos pequenos livreiros?

Schwarcz pede atenção aos protagonistas, mas nunca consideraram o protagonismo dos livreiros que são os Dom Quixote do mercado, correndo para cima e para baixo com caixas de livros para levar nossa literatura onde os senhores jamais foram. O senhor demitiu seis empregados de salários gordos? Eu vi muitos colegas mudando de profissão depois de 20, 30, 40 anos de estrada por que os descontos praticados pela Saraiva eram muito superiores ao preço que vocês nos vendiam.

É no andar de baixo que a vida pulsa mais profundamente. No andar de cima os acionistas têm capacidade financeira pessoal para salvar suas empresas. Que bom, então tá tudo ok? Agora é arrumar a casa, pedir umas orações, uma ajudinha pra galera e seguir em frente!

Caro Sr. Schwarcz, nós livreiros estamos aqui, sempre estivemos e estaremos, mesmo quando os senhores tiverem desistido de publicar livros por que o lucro é baixo. Se querem ajuda pra arrumar a casa, então queremos ser convidados pra festa quando ela acontecer.

Querem ideias pra sair da crise? Tenho várias, coloco elas em prática todos os dias. E é por isso que vou reabrir a Livraria São Paulo ainda em dezembro. Maior, mais bonita e mais prática, com a certeza que sem os senhores dando as cartas terei mais chance de sucesso no mercado.

Quer saber? Bem feito.

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ABL homenageia Afonso Arinos (1905/1990), Alcindo Guanabara (1865/1918) e Inglês de Sousa (1835/1918) no ciclo Memória reverenciada I

Academia Brasileira de Letras - 29/11/2018 |

A Academia Brasileira de Letras abre seu ciclo de conferências do mês de dezembro de 2018, intitulado Memória reverenciada I, com palestras dos Acadêmicos Antônio Torres, Cícero Sandroni e Domício Proença Filho, que homenagearão, respectivamente, os Acadêmicos Afonso Arinos (1905/1990), Alcindo Guanabara (1865/1918) e Inglês de Sousa (1835/1918). O evento está programado para o dia 6 de dezembro, quinta-feira, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro. Entrada franca.

Memória reverenciada II, na semana seguinte, dia 11, terça-feira, no mesmo local e horário, prestará homenagem a mais três Acadêmicos: Olavo Bilac (1865/1918), Graça Aranha (1865/1931) e Padre Fernando Bastos de Ávila (1918/2010). Os palestrantes, respectivamente, serão o Presidente da ABL, Marco Lucchesi; a escritora e autora da biografia de Graça Aranha, Maria Helena Castro Azevedo; e o Acadêmico Alberto Venancio Filho.

Serão fornecidos certificados de frequência.

A Acadêmica Ana Maria Machado é a Coordenadora-Geral dos ciclos de conferências de 2018.

OS HOMENAGEADOS

Quinto ocupante da Cadeira 25, foi eleito em 23 de janeiro de 1958, na sucessão de José Lins do Rego. Afonso Arinos de Melo Franco, jurista, professor, político, historiador, crítico, ensaísta e memorialista, nasceu em Belo Horizonte, MG, em 27 de novembro de 1905, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 27 de agosto de 1990. Em 1961 ocupou, no governo do Presidente Jânio Quadros, a pasta das Relações Exteriores, iniciando a fase da chamada política externa independente. Foi o primeiro chanceler brasileiro a visitar a África. É de sua autoria o capítulo sobre declaração de direitos e garantias individuais na Constituição de 1967.

Alcindo Guanabara, jornalista e político, nasceu em Magé, RJ, em 19 de julho de 1865, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 20 de agosto de 1918. Convidado para a última sessão preparatória da Academia Brasileira de Letras, fundou a cadeira nº 19, que tem como patrono Joaquim Caetano. Em 1886, fundou seu primeiro jornal, a Fanfarra, órgão acadêmico. Entre os colaboradores estava Olavo Bilac. Em 1918, foi eleito para o Senado, como representante do Estado do Rio, e tomava parte na Comissão dos Poderes. Mal iniciara o período dessa legislatura quando Alcindo Guanabara veio a falecer.

Inglês de Sousa (Herculano Marcos Inglês de Sousa), advogado, professor, jornalista, contista e romancista, nasceu em Óbidos, PA, em 28 de dezembro de 1853, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 6 de setembro de 1918. Compareceu às sessões preparatórias da criação da Academia Brasileira de Letras, onde fundou a cadeira nº 28, que tem como patrono Manuel Antônio de Almeida. Na sessão de 28 de janeiro de 1897, foi nomeado tesoureiro da recém-criada ABL. Tornou-se conhecido com o livro O missionário (1891). Escreveu diversas obras jurídicas e colaborou na imprensa de São Paulo e do Rio de Janeiro.

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Confira o resultado do Prêmio de 200 Anos de Independência

MinC - 29/11/2018 |

O Ministério da Cultura publicou nesta quinta-feira (29), no Diário Oficial da União, o resultado final do Prêmio de Incentivo à Publicação Literária, 200 Anos de Independência. Foram selecionadas 25 obras literárias inéditas com livre abordagem sobre o bicentenário da Independência do Brasil. A premiação para cada obra é de R$ 40 mil.

Dentre os premiados, há autores já experientes, como Marcelo Duarte, que escreveu o Guia dos Curiosos (1995); Eduardo Bueno, autor de A Viagem do Descobrimento (1998), Náufragos, Traficantes e Degredados (1998), Capitães do Brasil (1999) e A Coroa, a Cruz e a Espada (2006); e Adelice dos Santos Souza, que já publicou os livros Adestradora de Galinhas (2014), Kali, Senhora da Dança (2013) e O Homem que Sabia a Hora de Morrer (2012).

Para receber o prêmio, os autores têm cinco dias corridos para enviar ao MinC, por meio do e-mail premioliterario200anos@cultura.gov.br, a documentação complementar que está especificada no artigo 14 do edital.

Representatividade

Dos 33 autores dos livros premiados, 14 são mulheres, 42% do total dos selecionados. Há obras de quatro das cinco regiões brasileiras, sendo dois da Região Centro-Oeste (8%), três da Região Sul (12%), seis da Região Nordeste (24%) e 14 da Sudeste (56%).

De acordo com a coordenadora geral do Departamento do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura, Ana Cristina Araruna Melo, "o resultado do edital foi muito gratificante e democrático porque as obras selecionadas contemplaram autoras e autores de várias regiões e os mais diversos gêneros literários".

Para Guilherme Relvas, diretor do DLLLB, "a importância do Edital está na promoção, valorização e difusão da literatura brasileira, assim como na divulgação de autores e das produções literárias, impulsionando uma reflexão nacional sobre o país, seu futuro e contribuindo para a construção de uma agenda de desenvolvimento".

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O MERCADO DE LIVROS NO BRASIL E SUAS CRISES / João Scortecci

Vejo duas e isso basta! Crises distintas, que juntas trouxeram caos e o desequilíbrio do negócio do livro no Brasil. A primeira está ligada à crise moral, política e econômica, que assola o país desde 2013. Pior, parece não ter fim. Crise que levou o país a recessão e a sua quase estagnação.

O Brasil encolheu e o negócio do livro sofreu junto. Projetos foram adiados e perdidos e muitos, infelizmente, morreram. Mais de 40 mil novos títulos deixaram de ser publicados no Brasil, somente nos últimos três anos. O mercado gráfico, que tem no editorial o seu segundo maior patrimônio, perdeu 22 mil postos de trabalho. Em 10 anos, o negócio do livro encolheu pouco mais de 20%.

A partir de 2017, iniciou-se uma lenta e gradual recuperação. O otimismo voltou e muitos julgaram que o pior já tinha passado. Os números - mesmo tímidos - apontavam isso. A segunda crise - previsível e já esperada por parte do mercado – veio com a recuperação judicial das duas maiores redes de livrarias do país: Saraiva e Cultura.

Os motivos da segunda crise, além da recessão e da estagnação da economia, atribuídas à primeira, foram pontuais: Abertura além da conta de superlojas, as chamadas megas, com custos estratosféricos; má gestão e pouco ou nenhuma transparência na relação comercial entre editoras e livrarias; preço médio do produto livro, em queda desde 2004, versus custos de produção indexados e crescentes no período; prática de preços e descontos abusivos e, mais do que tudo, da fragilidade do próprio modelo de negócio, hoje ultrapassado.

O livro no Brasil não está em crise. Somos mais de 23 milhões de leitores, com uma produção anual de mais de 350 milhões de exemplares. O mercado atravessa dificuldades, não poderia ser diferente dos demais, que também sofrem da mesma angustia “sistêmica” que assola todos os setores produtivos do país. O que “quebrou” estava doente. Não vamos aqui “pregar” o fim das duas redes. Longe disso. Elas sadias e funcionando em sinergia com o mercado são importantíssimas para o negócio do livro. Tenho certeza que o mercado irá ajudá-las na recuperação, fornecendo livros. Caberá aos “ajudados” respeitar e honrar, quando possível, o sacrifício do setor.

Ainda sobre as livrarias, cabe observar, que outras redes, menores e enxutas, estão crescendo e ampliando com inteligência e oportunismo os seus negócios. Outro dia, conversando com um amigo e proprietário de uma rede de livrarias de médio porte, ele me confessou: “vamos readequar as nossas lojas em tamanho e eficiência”. Achei isso incrível e oportuno.

Novas livrarias, menores e funcionais, estão surgindo Brasil afora. Crescemos na dor, já dizia o poeta da carne. Importante agora separarmos uma crise da outra, até para que possamos cuidar de ambas, com sapiência. Há quem diga - também gosto de pensar assim - que a crise dois, a das megas, veio na hora certa. Veio junto com o recomeço do negócio do livro no Brasil. Não podíamos continuar praticando e trabalhando nos erros de sempre.

Outro dia, em uma reunião do Grupo Editorial da Abigraf, do qual sou Diretor, escutei de um amigo gráfico: “Precisamos urgentemente voltar a gostar das nossas empresas”. Importante pensar assim. Temos muitas lições por fazer. Façamos! Hora de reescrever cabeçalhos, revisar rodapés, reescrever orelhas e versos de capa. Ora de pintar papel e voltar a colorir de letras o incrível mundo das palavras.

Desde menino optei pelo livro.

Meu saudoso avô materno, José Scortecci, editor e gráfico da Revista PAN, que na edição de número 227, de 25 de maio de 1940 publicou Triunfo, texto de estreia de Clarice Lispector, montou tipos móveis na minha cachola de chumbo.

Reescrevo agora - parte - do que ele me disse nas palavras de Clarice:

“O Relógio bate 9 horas. Uma pancada alta, sonora, seguida de uma balada suave, um eco. Depois, o silêncio. A clara mancha de sol se estende em pontos pela relva do jardim. Vem subindo pelo muro vermelho da casa, fazendo brilhar a trepadeira em mil luzes de orvalho. Encontra uma abertura, a janela. Penetra. E apodera-se de repente do aposento, burlando a vigilância da cortina leve”.

João Scortecci

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