O futuro das livrarias passa por explorar a Experiência do Cliente

CIO - Cezar Taurion - 03/12/2018 |

A Livraria Saraiva entrou com pedido de recuperação judicial no dia 23 de novembro. A rede de varejo brasileira vende livros, eletrônicos, filmes e músicas, e chegou a citar a concorrência de serviços de streaming, como os oferecidos pelo Spotify e Netflix, no seu pedido feito à Justiça. Mais um capítulo da crise que afeta grandes livrarias.

A rede Laselva já teve sua falência decretada pela Justiça, com mais de R$ 100 milhões em dívidas. Depois a francesa Fnac fechou sua última unidade no país, na capital paulista, e saiu do Brasil em setembro. A Cultura assumiu as operações da Fnac no Brasil em troca de € 36 milhões, na ocasião, algo em torno de R$ 130 milhões. Para a Fnac, repassar esse dinheiro pareceu ser um bom negócio, pois o simples encerramento de suas operações no país poderia custar muito mais. Por outro lado, vemos outras redes, como a mineira Leitura, crescendo.

Estas movimentações mostram claramente que o mercado de livros terá de se reinventar. A culpa direta ou indireta seria da Amazon, segundo reclamam alguns empresários do setor. A Amazon chegou ao Brasil em 2014, vendendo apenas livros. Na época, livrarias se mobilizaram e procuraram ajuda do governo para limitar a sua atuação, alegando risco para o mercado. Levantou-se a possibilidade de criação de um preço único do livro, para impedir que a multinacional vendesse mais barato que suas concorrentes.

As tentativas de recuperação das livrarias não foram no sentido de se reinventarem, mas de tentarem mais do mesmo, como na insistência da aprovação da Lei do Preço Fixo, cuja maior finalidade é controlar os preços da indústria livreira. Este projeto, que tramita no Congresso (PL 49/2015), define que qualquer livraria, física ou virtual, só pode dar descontos de até 10% para publicações no primeiro ano após seu lançamento. A verdade é que, mesmo antes de a Amazon chegar ao Brasil, Saraiva e Cultura já praticavam descontos agressivos. Em muitos casos, os preços das lojas online eram mais convidativos do que os das lojas físicas.

Portanto, será mesmo que a crise é apenas decorrente da chegada da Amazon? Será que o problema está ligado ao produto em si, o livro, ou é mais decorrente de questões de gestão e visão das livrarias falidas?

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