Enveredando pela biografia estritamente descritiva da fisionomia e outros caracteres pessoais de cada figura de sua relação afetiva de amizade e consideração (amigos contados a dedo em duas mãos), Newton Sabbá Guimarães, como toda lucidez de conhecimento sobre cada uma das 10 personalidades que compõem a obra, traça, indelevelmente marcante, o esboço completo de seus queridos amigos de longa data.
Não se trata, contudo, de meras biografias, destas que relatam corriqueiras situações, coisas fortuitas e passageiras, sem quaisquer conotações para uma obra altaneira. Não. O autor se prende ao fato de conhecer, conviver e gravar na memória o comportamento salutar de cada qual, trazendo, assim, escritos verdadeiramente profundos e importantes para a história do que podemos chamar de “perfis de amigos em caráter de amizade inquebrantável”. Tal é a exposição de cada um dos 10 que compõem esta obra sumamente de afeto, carinho e de reconhecimento de amizade.
Sabbá Guimarães nos dá um exemplo bem claro da variação que pode ocorrer na questão biográfica, nos formulando em decomposição, o perfil sombreado, em vários tempos de sua vida, dos que lhe foram caros e dos que lhe foram amigos diletos e sinceros.
Das 10 figuras que fazem parte desta obra fantástica, 9 já não pertencem a este mundo. Apenas 1 (Eu, Guedes de Oliveira, páginas no. 51 a 61, ainda em vida, sou, na verdade, um privilegiado dessa amizade e de fazer parte do “Os sempre presentes”. Talvez até desmerecedor de tão nobre honraria. Mas, contudo, desejou Sabbá Guimarães prestar este tributo pela minha forte amizade ao longo destes anos. Não posso, porém, me situar ao patamar dos outros 9. Acho que seja mais uma prova de bondade, demonstrada por uma nobre figura das letras nacionais.
Bem em verdade o que nos diz Sabbá Guimarães, no fecho de sua introdução à esta obra: “Que sirva de estímulo para algum escritor de mais méritos do que este rabiscador possa arranjar o seu jeito de não ser ingrato. Afinal, lembrar alguém é uma forma de não ser ingrato pelo que um dia poderá ter recebido”.
Feliz leitura!
J. R. Guedes de Oliveira
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