Em 1967, cursou psicologia na FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas. Em 1969 participou ativamente de movimentos como "Poesia na Praça", exposição de varais de poesia na Praça da República, em São Paulo, com José Luiz Archanjo (irmão), Ilka Brunhilde Laurito e Renata Pallottini, espetáculos em teatro, cafés, faculdades, bibliotecas, festivais nacionais e internacionais de poesia e arte.
Em 1980, criou e implantou a “Oficina Literária da Biblioteca Mário de Andrade”, em São Paulo. Foi bolsista da “Fundação Calouste Gulbenkian” na qualidade de poeta residente, em Portugal.
Seus poemas figuram em antologias nacionais e estrangeiras. É considerada pela crítica uma das autoras brasileiras mais significativas da geração que surgiu na década de 60. Foi assessora da FBN - Fundação Biblioteca Nacional e membro do Conselho Editorial da Revista "Poesia Sempre".
Em 1983 apresentou-se em Afife (Portugal), no Festival de Poesia da Cidade.
Em 1993, integrou o programa “O Escritor na Cidade”, organizado pela Fundação Biblioteca Nacional, em Recife PE, Curitiba PR e Fortaleza CE. Ainda em 1993, participou no projeto “Encontro de Escritores”, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
Nos anos de 1980 e 2000 recebeu da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) os prêmios de melhor livro de Poesia. Foi indicada para o prêmio Jabuti, categoria Poesia, de 1995, pelo livro "Tudo é Sempre Agora".
Os poemas de seu livro "Pequeno Oratório do Poeta Para o Anjo", direção artística de Denise Millan, foram gravados por Maria Bethânia.
Possui doze livros publicados, sendo que "Soraya - uma princesa Sefardita" é edição bilíngüe, francesa.
Em 2005, ganhou o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras. Em 2006, pela publicação de sua Obra Completa, comemorando 40 anos de poesia, obteve, pela segunda vez consecutiva, o prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras, o Jabuti de Poesia, da Câmara Brasileira do Livro, e o Prêmio da Associação Brasileira dos Escritores. Neide Archanjo morreu aos 82 anos de idade, na cidade do Rio de Janeiro, no dia 14 de janeiro de 2022.
LIVROS PUBLICADOS
Primeiros Ofícios da Memória – Editora Massao Ohno, 1964.
O Poeta Itinerante – Editora Illa Palma, 1968.
Poesia na Praça – Editora Illa Palma, 1970.
Quixote Tango e Foxtrote – Editora do Escritor, 1975.
Escavações – Editora Nova Fronteira, 1980.
As Marinhas – Editora Salamandra, 1984.
Poesia 1964 a 1984 -Antologia – Editora Guanabara, 1987.
Tudo é sempre agora – Editora Maltese, 1995.
Pequeno Oratório do Poeta Para o Anjo – Editora do Autor, 1997.
Epifanias, Editora Record, 1999.
Todas as horas e antes: poesia reunida - 40 anos de oficio literário), Editora A Girafa, 2004.
Cântico para Soraya – uma princesa sefardita, 2006.
CD "POESIA FALADA" coleção Volume VI - Neide Archanjo por Neide Archanjo, Participação Especial de Maria Bethânia - Gravadora Luz da Cidade, 1998.
DEPOIMENTO
“ Depois de 37 anos de exercício literário, dez livros publicados, um CD de poesia gravado e a vivência de tudo aquilo que Rilke dizia ser necessário para escrever um simples verso, sinto que encontrei um certo ritmo de escrever, uma certa maneira de estar no mundo. Minha poesia sempre foi fascinada pelos grandes temas universais, mantendo-se, entretanto, em permanente contato com a vida e suas epifanias. Minha postura poética mistura-se à minha postura pessoal: luto para alcançar o equilíbrio entre a ação e o sonho e tento fazer da vida um poema vivo onde tudo busca sua integração como partes de um todo. Minha paixão pelo transcendente alia-se à perseguição de um obstinado rigor formal. Creio que cada um dos meus livros traduz essa proposta.”
Neide Archanjo
SOBRE NEIDE ARCHANJO
“ A poesia de Neide Archanjo, que tem no primeiro livro (Os primeiros ofícios da memória, 1964) a ordenação do caos, caminha para o poema capaz de se encantar na luz. Mas a matéria é a mesma de toda a grande criação. E a poeta pode dizer serenamente: “Tanto andei / que cheguei”.
Carlos Nejar
" Neide Archanjo tem o mérito de fugir do convencionalismo, graças sobretudo à transparência de uma linguagem simples e concisa, embora muitas vezes elíptica, rica de sugestões, aliás sublinhadas pelo recurso da distribuição constelada das palavras na página em branco.".
Carlos Felipe Moisés
" Aqui estou debruçado sobre seu livro “Escavações” curtindo aquela "admirável epifania/onde o poema se debruça/inominável". Quer nos poemas de largo fôlego, de ‘Sítios, quer na extrema concisão de ‘Fragmentos’, você alcança a justa e vibrante expressão que deixa marca no leitor."
Carlos Drummond de Andrade