O Globo - Alessandro Giannini - 01/072019 | Ao examinar atentamente o grosso volume “Medo imortal” , que a editora Darkside acaba de lançar, o leitor vai perceber que há pelo menos uma discrepância ali. Entre os 13 autores selecionados para a coletânea de escritos de terror de membros e patronos da Academia Brasileira de Letras (ABL) , há uma intrusa: Júlia Lopes de Almeida (1862-1934), a única mulher do grupo.
Embora presente em várias reuniões embrionárias da ABL, a carioca acabou sendo vetada na formação da primeira turma de 40 imortais. A entidade adotara o modelo francês, que não admitia mulheres. A injustiça foi parcialmente reparada em 2017, quando um ciclo de palestras da ABL, chamado “Cadeira 41”, incluiu-a entre autores que poderiam ter entrado na instituição.
Pioneira entre as romancistas e escritoras de livros infantis no Brasil, Júlia é autora de seis contos que figuram em “Medo imortal”. O jornalista e escritor catarinense Romeu Martins, organizador do volume, conta que “descobriu” a autora ao pesquisar os primeiros anos do gênero gótico no Brasil.
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