Escritora celebra 50
anos de carreira e estará na primeira mesa do Café Literário
Ana Maria Machado
será homenageada na XIX Edição da Bienal Internacional do Livro Rio pelos seus
50 anos de carreira. Toda a obra da autora, da literatura infantil aos ensaios
e romances, terá destaque no festival, que acontece de 30 de agosto a 8 de
setembro no Riocentro. A primeira mesa do Café Literário, no dia 30 de agosto,
às 17h, será dedicada a ela. A escritora conversa sobre as cinco décadas
dedicadas à literatura com o anfitrião da Bienal do Livro Rio, Marcos Pereira,
presidente do Sindicato dos Editores de Livros (SNEL).
Para Marcos
Pereira, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros e da Comissão
da Bienal, celebrar 50 anos de carreira da autora é, também, celebrar a
literatura brasileira: "Ana Maria Machado está presente na formação de
todo pequeno leitor e suas histórias acompanham gerações. Desde clássicos da
literatura infantil a textos para o público adulto, sua obra é riquíssima. É um
prazer abrir a 'sala de visitas' da Bienal do Livro para uma das maiores
autoras do nosso país".
Ganhadora do
Prêmio Hans Christian Andersen (2000), considerado o Nobel da literatura
infanto-juvenil, a jornalista e escritora Ana Maria Machado é autora de mais de
100 títulos, alguns deles publicados em 17 países, somando mais de 18 milhões
de exemplares vendidos. Desde 2003, Ana Maria Machado ocupa a cadeira 1 da
Academia Brasileira de Letras.
Formada em Letras,
a escritora lecionou na UFRJ e PUC-Rio. Após ser presa durante a ditadura
militar, em 1970 deixou o Brasil rumo a Paris. Na bagagem, levava cópias de
algumas histórias infantis que estava escrevendo, a convite da revista Recreio.
Trabalhou como jornalista na revista Elle, em Paris, e no Serviço Brasileiro da
BBC de Londres, além de se tornar professora de Língua Portuguesa na Sorbonne.
Nesse período, participou de um seleto grupo de estudantes na École Pratique
des Hautes Études com Roland Barthes, sob cuja orientação terminou sua tese de
doutorado em Linguística e Semiologia. O trabalho resultou no livro
"Recado do Nome" (1976), sobre a obra de Guimarães Rosa.
Seu primeiro livro
infantil, "Bento-que-Bento-é-o-frade", foi lançado em 1977 e, no ano
seguinte, "História Meio ao Contrário" ganhou o Prêmio João de Barro
e, depois, o Jaboti.
De volta ao
Brasil, como jornalista, trabalhou no Correio da Manhã, no Jornal do Brasil, em
O Globo, além de colaborar com as revistas Realidade, Isto É e Veja. Durante
sete anos, chefiou o jornalismo do Sistema Jornal do Brasil de Rádio. Em 1979
fundou, ao lado de duas sócias, a Malasartes, primeira livraria brasileira
dedicada exclusivamente a crianças e adolescentes. Abandonou o jornalismo em
1980, para a partir de então se dedicar aos livros. Em 1993, Ana Maria se
tornou hors
concours dos prêmios da Fundação
Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).
Há 35 anos vem
exercendo intensa atividade na promoção da leitura e fomento do livro em
consultoria e seminários da UNESCO em diferentes países e sido vice-presidente
do IBBY (International Board on Books for Young People).
Ana Maria também é
reconhecida pela produção de literatura para adultos, com o premiado "A
audácia dessa mulher" (1999) e "Texturas — sobre leituras e
escritos" (2001), dentre outros.
Sobre a Bienal
Internacional do Livro Rio: Consagrada como o maior
evento literário do Brasil, a Bienal Internacional do Livro Rio integra o
calendário oficial da cidade e chega à sua XIX edição repleta de novidades. Sua
missão é incentivar o hábito da leitura para mudar o país. Mais do que um
encontro de histórias, onde o livro é o protagonista, a Bienal é uma plataforma
de conhecimento e conteúdo exclusivos, que estimula a imaginação do leitor,
aproxima o público dos seus escritores preferidos, além de lançar novos
autores. Em sua última edição, em 2017, reuniu mais de 640 mil pessoas e 300
autores.