ARETÊ DE CLAUDIA GONÇALVES / Danielle Borghi

Danielle Borghi - Taatyta |

Safira era uma bela moça, se apaixonou pelo príncipe de Régis e quando correu contar ao rei que esperava um filho do seu amado príncipe, ela foi presa. Seu príncipe foi prometido a outra mulher e a única forma de manter as aparências, era tirar Safira do caminho, matar a criança e punir a feiticeira queimando cada canto do seu vilarejo. Safira nunca superou ser abandonada, jurou vingança e só estava à espreita, esperando o momento certo.

No momento certo nasceu com Shur, o filho do príncipe Aragon, que agora era rei. Um garoto com toda a maldade dentro de si, que deseja todo o poder do mundo e não veria esforços nem limites para consegui-lo, até mesmo se aliar a Safira para derrubar o governo de seu pai.

Mara, a filha do meio, não ficava muito atrás, a queridinha da mamãe, que tinha tudo o que queria, na hora que queria. E Raquel, a caçula dos três filhos, odiada pelos irmãos, pouco amada pela mãe, mas seu pai acredita em seu potencial, em sua bondade, na força de liderar seu povo, a salvação do reino.

Seu pai não estava enganado, depois de morto pelos seus próprios filhos, Raquel começa a trilhar um caminho de autoconhecimento, força e esperança, que vai decidir o futuro do reino.

O livro conta quase toda a trajetória de vida de filha mais nova de Aragon, Raquel. Como era odiada pelos irmãos, como Shur armou para matar seus pais e tomar o poder, a raiva, a fúria, os crimes... A rivalidade entre irmãos é muito presente e muito assustadora, pensar que um ser humano chega ao ponto de loucura que Shur chegou, nos deixa de cabelos em pé.

Rachel se tornou uma mulher forte com o tempo, lutou para salvar a si e todo um reino, uma personagem muito sofrida, com a vida em torno de tragédias, mas que não se deixou cair. Um autoconhecimento da própria personagem, uma bagagem que o leitor pode levar para sua própria vida.

Aretê é um livro muito difícil de resumir pela forma que é contado. Por se tratar de uma obra que se inicia em um tempo e acaba décadas depois, é algo muito complexo de ser explicado.

A sensação que tive com a leitura, é que se trata mais de um conto do que um romance em si. A forma de narração, o tempo de contagem da história, o jeito em que é contada a história, tudo me faz acreditar que seja um conto. Algo como uma lenda que foi passando em gerações, talvez um mito.

Aretê é pra ser uma trilogia, porém a autora fechou muito bem esse livro, existe um final real. O que me faz pensar em qual será o próximo passo da autora pra uma continuação. Como eu disse, vi o livro como um conto e talvez, nós tenhamos algum gancho de outro personagem? Talvez dois personagens principais? Claro que eu apenas estou especulando.

A trama é tratada e escrita de um jeito muito simples, e muito fácil de ler. Acredito eu, que tenha lido todo o livro em menos de duas horas. A edição é linda, a capa foi muito bem feita, o conteúdo de dentro do livro é incrível, cada capítulo se inicia com um desenho e isso me encantou muito, a fonte e espaçamento são ótimos pra leitura, principalmente pra quem é míope. E gente, de verdade, eu nunca peguei um livro com uma folha com a gramatura tão alta em um livro. Provavelmente uma das melhores edições que eu já peguei em mãos.

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