Tradutores levam cultura brasileira ao exterior

Ministério da Cultura - 08/05/2017 |

Os participantes do Programa de Residência de Tradutores Estrangeiros da Biblioteca Nacional estão realizando um mergulho na obra de escritores nacionais, contribuindo para divulgar a cultura brasileira no exterior.

A italiana Jéssica Falconi está traduzindo Hotel Atlântico, do escritor João Gilberto Noll; a estoniana Mele Pesti, Barba ensopada de sangue, de Daniel Galera; o grego Nikolaos Pratsinis, Amar, verbo intransitivo, de Mario de Andrade; e a argentina Teresa Arijón, Línea de tiempo, seleção de ensaios de Heloisa Buarque de Hollanda.

Durante o programa de residência, realizado em abril e início de maio, os tradutores cumpriram um roteiro de pesquisa e trabalho e participaram de atividades promovidas pela biblioteca, em colaboração com instituições como Casa Guilherme de Almeida – Centro de Estudos de Tradução Literária, da Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), entre outras.

Para a italiana Jéssica Falconi, o programa de tradução foi uma experiência única de troca, diálogo e conhecimento. "Estou muito satisfeita, mostrei meu trabalho em vários lugares, onde fui muito bem recebida. Os encontros dos quais participei foram todos de alto nível. Do ponto de vista prático, consegui resolver muitas dúvidas linguísticas e culturais, conheci um pouco melhor a obra do escritor Noll e o seu universo de referências", ressalta a tradutora.

O escritor João Gilberto Noll, cinco vezes vencedor do Prêmio Jabuti, faleceu em março deste ano. Mesmo abalada, Jéssica não desistiu de continuar o trabalho de tradução. Por enquanto, só existem duas obras de Noll traduzidas na Itália: O cego e a dançarina e A céu aberto. O livro Hotel Atlântico será o terceiro livro do autor a ser traduzido no país.

"Eu tinha combinado de me encontrar com ele. Sinto que perdi uma grande oportunidade de conhecer um escritor ímpar da literatura, não só brasileira. Noll nos deixou, mas a sua obra continua, e esta tradução é uma pequena contribuição para a sua eternidade", destaca.

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