Escritores no Facebook / Romildo Gouveia Pinto

Recentemente sugeri, modestamente, a leitura cotidiana dos escritos de dois amigos meus aqui no âmbito do Facebook, explicando que produzem textos que nos fazem sentir prazer e provocam nossa reflexão. Eles e muitos outros cujos nome irei sugerindo aqui aos poucos, são produtores de ricos posts de leitura breve. Têm suas opiniões políticas, naturalmente, mas não fazem proselitismo, nem nos incomodam com visões rasteiras, baseadas em palavras de ordem. Pelo menos nunca os vi fazendo isso.

O elo que os une é apenas a maestria na escrita, a capacidade de - no pequeno espaço de uma rede social - produzir a mais pura literatura, mesmo com textos ligeiros, produzidos no calor da hora.

Hoje indico outros dois autores.

I.

Um, de origem italiana, nascido no Ceará e radicado em São Paulo, é editor de livros na origem, e se transformou com o tempo em um grande produtor de cultura em seu sentido mais amplo, mais do que um incentivador da melhor literatura. A editora que tem o seu nome existe há quatro décadas, publicou mais de 11 mil títulos em primeira edição e recebeu os prêmios Jabuti, APCA, FBN, ABL e PEN Clube. 

Sua trajetória o levou a se transformar numa importante liderança da indústria gráfica e editorial. Pois bem, neste meio tempo ele - que também é poeta - consegue sabe-se lá como produzir deliciosas crônicas, que aparecem diariamente em seu perfil, com frequência mais de uma no mesmo dia.

Eu o conheci em 1987, em São Paulo, quando editou meu livro de poesias “OLINDA, HOLANDA Inventário Poético da Herança Flamenga em Pernambuco”. Pessoalmente o reencontrei há uns três ou quatro anos no stand de sua editora na Bienal do Livro de São Paulo.

Portanto, o primeiro nome que recomendo no episódio de hoje desta série, é João Scortecci, CEO do grupo editorial que carrega o seu sobrenome.

II.

O outro nome que eu recomendo é de um quase conterrâneo, pois nasceu em Garanhuns, que dista cerca de 100 quilômetros de minha Caruaru natal.

Mas sabem como nos “conhecemos”? Eu estava confinado pela Covid em Curitiba e dei de cara com um texto dele, compartilhado não lembro por quem. Ele também confinado, mas em Paris, onde as restrições provocadas pela pandemia o retiveram em meio a uma viagem internacional.

A partir daí passei a acompanhar seus relatos muito bem escritos. De volta a São Paulo, acaba de publicar mais um livro, seu primeiro romance, que ainda não li, “O Halo Âmbar”, escrito enquanto se protegia do vírus na capital francesa.

Esse autor tem uma riquíssima trajetória internacional, pois foi consultor de negócios pelo mundo, conhece profundamente um amplo leque de temas, sobre os quais discorre, mas tem uma interessante característica: consegue produzir belos textos muitas vezes sobre assuntos os mais banais. Transforma “não-assuntos” em assuntos de interesse, se me entendem.

Também produz textos aos borbotões, às vezes muitos no mesmo dia. Escrever parece ser o nutriente que o mantém vivo e também o que nos mantém ligados à sua página.

Assim, recomendo os excelentes posts de Fernando Dourado Filho

PS: os nomes indicados anteriormente foram Eduardo Affonso e Renato Motta.

Romildo Gouveia Pinto
24.12.2023