Dentro do portal, entre março e setembro, o leitor terá acesso por meio de um blog (Blog das Independências) a um texto (artigo) sobre a independência, escrito por uma especialista no tema e dedicado ao público em geral. Os conteúdos são breves -- com duas páginas -- escritos em linguagem simples, buscando oferecer a um público amplo uma reflexão sofisticada, contudo acessível a leitores pouco familiarizados com o debate acadêmico.
O texto de lançamento (8/3) foi “Existiu uma independência do Brasil?”, assinado pelo professor João Paulo G. Pimenta, da Universidade de São Paulo (USP). “Com essa ação, esperamos contribuir para qualificar o debate público sobre o tema da independência do Brasil”, explica o coordenador do projeto, André Machado, professor do Departamento de História da Unifesp, campus de Guarulhos (SP).
Segundo ele, o projeto nasceu após algumas conversas com a professora Andréa Slemian, também docente do Departamento de História da Unifesp. “Em resumo, ele visa destacar a nossa perspectiva que esta é uma história múltipla. Nosso interesse é resgatar também os projetos políticos para a independência que não foram vitoriosos, os protagonistas políticos que foram apagados porque não se encaixavam com a história nacionalista construída no século XIX, que visava consagrar uma independência supostamente pacífica, uma simples evolução da colônia em Estado independente. Ao mesmo tempo há a nossa preocupação com os usos políticos da memória de independência e a forma como isso é utilizado, muitas vezes, para justificar os processos de exclusão social no país”, justifica Machado.
O pesquisador também comentou sobre a escolha do tema do texto de estreia do blog: “Esse primeiro texto que lançamos, do professor João Paulo Pimenta, da USP, exemplifica bem o que queremos nesse projeto: um texto escrito por um dos maiores especialistas no tema em uma linguagem simples e partindo de uma pergunta que é historiográfica, mas que também está na boca das pessoas. Afinal, quem nunca esteve num bar e ouviu a conversa descambar para afirmações como a que o Brasil nunca foi independente de verdade, que deixou de ser colônia de Portugal para ser colônia da Inglaterra e coisas do gênero?”.
Machado revela que os textos são pensados para um público adulto, ainda que ele acredite que possam ser trabalhados também com alunos do Ensino Médio. No campo da Educação, no entanto, ele indica que o público-alvo são os professores. Sobre a interação com o público, o próprio blog do portal permite comentários dos leitores. “Esperamos receber mais intensamente o feedback dos leitores. E é muito importante que as pessoas se cadastrem para receberem alertas do lançamento de novos textos”, convida o pesquisador da Unifesp.
Alexandre Milanetti
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