Centenário da Semana de 22: crítica de arte explica reflexos do evento na arte contemporânea / Marisa Melo

Marisa Melo, curadora e fundadora da UP Time Art Gallery, galeria de arte itinerante, comenta um dos eventos mais marcantes da cultura brasileira e quais foram as suas influências na arte contemporânea.

A Semana de Arte Moderna de 1922
nasceu em um momento de renovação que emanava sentimentos de mudança. Considerado um marco histórico, o evento, realizado no Theatro Municipal de São Paulo, completa 100 anos neste mês de fevereiro, e coloca novamente os seus principais legados em evidência: a busca por uma arte tipicamente brasileira e a criação de uma identidade nacional. “A Semana de Arte Moderna foi alvo de muitas críticas e por isso, só ganhou importância com o passar dos anos. Após a sua consolidação, manifestou-se a construção de uma cultura nacional fundamental que acompanha a arte até hoje”, explica Marisa Melo, curadora, empresária, crítica de arte e fundadora da UP Time Art Gallery, galeria de arte itinerante que busca democratizar a arte contemporânea.

Neste cenário, em 1922, surgiu uma nova visão do processo artístico que chocou uma parte da sociedade. Como toda vanguarda, especialmente em um contexto ultraconservador, o modernismo não foi bem recebido pelos críticos que apoiavam uma elite literária e artística. “Este evento expressa uma verdadeira ruptura com o passado, renovação da linguagem, experimentação dentro da arte e liberdade criativa”, esclarece a curadora.

Esta manifestação artístico-cultural não influenciou somente os artistas que participaram dela e se firmaram como modernistas, mas também os que viriam no período pós-moderno. “Ao contrário dos movimentos anteriores onde o artista estava fortemente fundido com uma identidade comum, graças à Semana de 22, na arte contemporânea cada um é por si, ou seja, existem muitas formas de expressão e cada artista tem sua própria forma de criar”, argumenta Marisa. “A arte moderna quebra as regras formais da expressão criativa, o que influencia na busca de novas interpretações da realidade e da transcendência na arte contemporânea”, completa.

Hoje, Marisa enxerga a Semana de Arte Moderna como uma ruptura que construiu uma ponte entre os movimentos artísticos, que pode ser resumida como todo o processo de passagem dos valores para uma reavaliação estética que não são mais importantes. “São nítidos os reflexos do evento e do movimento artístico moderno na arte contemporânea, começando por mim que me inspiro em diversos artistas que participaram do evento, como por exemplo, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos e Graça Aranha”, afirma a crítica de arte e empresária. “Assim como o modernismo cumpriu o papel de construção identitária, a arte contemporânea cumpre o papel hoje em dia de renovação e criatividade, por isso, na minha opinião, não precisamos de nova ruptura na arte brasileira, mas do futuro ninguém plenamente sabe”, finaliza. 

Sobre a UP Time Art Gallery

Galeria de arte itinerante que reúne artistas do Brasil e de países da Europa para disseminar o que há de melhor no cenário da arte contemporânea. Fundada por Marisa Melo, empresária no mercado de arte, a galeria alcança mais de 30 países ao redor do mundo, apresentando exposições 3D e presenciais com um time de artistas distintos.

Gabrielle Pepato 
Assistente de Atendimento
gabrielle@agenciabrands.com.br
(11) 94164-1004