Coordenada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), a pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro teve sua série histórica atualizada, incluindo os dados apurados em 2019 pela Nielsen Book. Dessa forma, o estudo passa a contemplar os números de 14 anos de atividade editorial no país.
A série histórica registra um decréscimo de 20% no faturamento total de 2006 a 2019. Embora em 2019 o crescimento tenha sido de 6%, tal performance não foi suficiente para repor a perda acumulada nos últimos 14 anos, notadamente a partir de 2015, quando começou a crise econômica. Com os dados coletados, é possível constatar os impactos desse momento do país e também dividir a série em duas fases distintas: 2006-2014 e 2014-2019.
De acordo com o estudo, o subsetor mais afetado é o Científicos, Técnicos e Profissionais (CTP), com queda de 41% nas vendas ao mercado no período de 2006 a 2019. Entre 2006 - 2014 o faturamento do CTP foi impulsionado pelos investimentos no Ensino Superior e o avanço do PIB, com crescimento de 17%. A partir de 2015 é o subsetor que mais sofreu com a recessão e as mudanças tecnológicas, registrando queda de 50% entre 2014 e 2019.
O subsetor Obras Gerais teve crescimento significativo de 15% nas vendas ao mercado e de 28% nas vendas totais (mercado e ao governo) no ano de 2019, mas não foi suficiente para recuperar a queda. Dessa forma, o decréscimo acumulado de 2006 a 2019 é de 37% nas vendas ao mercado e de 34% nas vendas totais.
De 2006 a 2019, o subsetor Didáticos apresentou uma queda real nas vendas ao mercado de 23% e de 8% nas vendas ao mercado e ao governo. É o segmento com maior participação das vendas ao governo, que responde por cerca de 50% do faturamento do mesmo.
Religiosos é o único subsetor com resultado positivo nos últimos 14 anos, registrando crescimento total de 2% quando se trata das vendas ao mercado.
Realizada a partir dos dados de uma amostra de editoras, a Pesquisa Produção e Vendas tem como objetivo verificar anualmente a performance do setor e de seus subsetores. Assim, para analisar o desempenho real, os dados nominais da pesquisa anual foram deflacionados, trazidos a valores de 2019 por meio da variação acumulada do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo - calculado pelo IBGE).
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