JABUTI É LITERATURA, NÃO PALAVRÃO

Academia Paulista de Letras - 05/07/2019 |

Naquele final dos anos 1950, muitos eventos assinalavam a história: da revolução de Fidel Castro em Cuba à vitória da tenista brasileira Maria Esther Bueno em Wimbledon. Nesse mesmo momento, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) celebrava as obras vencedoras de Sergio Milliet, Jorge Medauar, Mario da Silva Brito, Carlos Bastos, Renato Sêneca Fleury, Isa Silveira Leal e Jorge Amado.
Com o país influenciado, sobretudo, pelo modernismo e com a valorização da cultura popular brasileira promovida pelas pesquisas de Mário de Andrade, Monteiro Lobato e Luís da Câmara Cascudo, o nome do prêmio foi uma escolha natural, por se tratar de um réptil bem brasileiro que, sem fazer alarde, segue firme seu percurso, confiante na carapaça a protegê-lo da predação.
A inspiração imediata do nome de nosso Prêmio vem de Monteiro Lobato, patrono do mercado editorial brasileiro, que destacou das histórias recolhidas das culturas indígenas por ele citadas em sua obra mais famosa, o personagem de um quelônio vagaroso, mas inteligente, obstinado e apto a vencer obstáculos e concorrentes e a chegar à frente ao fim da jornada.
Há 61 anos, o Prêmio Jabuti promove, valoriza e protege a literatura, e faz isso da melhor maneira, com regras claras, avaliações idôneas e comemorações festivas. Por tudo isso, aproveitamos para protestar contra o uso frequente do termo "jabuti" como sinônimo de adendos oportunistas escondidos em projetos de lei, como expressão de proposta política rasteira e imediatista, como equivalente de uma argumentação desprovida de validade.

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