Folha PE - Germana Macambira - 27/1/2019 |
Eu leio, tu lês, eles leem e todos podem mergulhar nas páginas de um livro de aventuras, suspirar com histórias de romances, folhear revistas ou se deliciar entre gibis e literatura de cordel. Basta abrir a geladeira ou a máquina de lavar pratos que lá estarão todos eles.
E nem precisa pagar nada, mas são bem-vindos as trocas, doações e, principalmente, o compartilhamento das iniciativas voluntárias que têm sido implementados em espaços públicos e privados do Recife e da Região Metropolitana, com o reaproveitamento de eletrodomésticos transformados em “cantinhos” para leitura em praças, conjuntos habitacionais, escolas e centros de compras.
O intuito é genuíno: atrair novos e velhos leitores, que podem encontrar gêneros literários variados, para uma leitura rápida no local ou para levar para casa e, ao seu tempo, degustar da obra escolhida. “Eu ficava sentado, esperando os clientes, e a leitura ajudava a passar o tempo. Aos poucos fui levando mais livros e comecei a pensar numa forma de deixá-los, também, para outras pessoas que passavam por ali. Montei uma ‘banquinha’, mas era pequena, sabe? Eram muitos livros”, contou Genilson Alves, 53 anos, que trabalha como chaveiro nas imediações, há pelo menos 19 anos, e é o idealizador do espaço montado no bairro de Casa Forte, em uma praça que fica em frente ao Pomodoro Café, Zona Norte do Recife.
Mas “eram muitos livros”, o local que passou a ser chamado por ele de “Leitura Para Todos”, precisava ser ampliado. Nada que uma máquina de lavar pratos que não servia mais para a finalidade a qual foi desenvolvida, não resolvesse o problema. “Um colega ia se desfazer dela, mas estava novinha. Levei para a praça, incrementei com uma espécie de estante em cima dela, e deu certo”, completou Genilson que já fala em aumentar o acervo e, claro, um outro eletrodoméstico. Porque o que inicialmente foi pensado para atender a poucos, passou a satisfazer a muitos.
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