Evento na USP aborda a literatura produzida na periferia

Jornal da USP - 15/06/2018 |

A literatura produzida nas e pelas periferias do Brasil será o tema da primeira atividade aberta ao público da Cátedra Olavo Setúbal de Arte, Cultura e Ciência sob a gestão de Eliana Sousa Silva. A cátedra é resultado de uma parceria entre o Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP e o Itaú Cultural.

No dia 18 de junho, segunda-feira, às 14 horas, no IEA, o encontro Centralidades Periféricas: Reflexões Sobre Literatura Periférica e Universidade reunirá os poetas Sergio Vaz e Marcio Vidal, da Cooperifa, Heloisa Buarque de Hollanda, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e idealizadora da Universidade das Quebradas, Erica Peçanha, pesquisadora de movimentos culturais de periferias, e a titular da Cátedra Olavo Setúbal em 2018, Eliana Sousa Silva. Na ocasião, Vaz e Vidal lançarão seus livros Flores de Alvenaria e 21 Gramas. Para participar presencialmente, é necessário realizar inscrição prévia.

Com transmissão ao vivo pela web, o seminário vai inaugurar a série de diálogos Centralidades Periféricas, que busca aproximar docentes, técnicos, estudantes, artistas, intelectuais e ativistas das periferias brasileiras. “As ações culturais realizadas por grupos das periferias permitem que estas afirmem um lugar na cidade para além dos tradicionais estereótipos, centrados na carência e na precariedade”, avalia Eliana, que é fundadora e diretora da Redes da Maré, no Rio de Janeiro.

Para ela, a relação da periferia com outras camadas da sociedade já se dá em parte pelo consumo da música produzida nos bairros menos centrais e nas favelas, como é o caso do funk. Mas acredita que esse processo pode ser expandido e que a literatura tem potencial para isso.

“Há, em alguns Estados do Brasil, um conjunto de artistas que já escaparam do círculo restrito dos espaços periféricos e circulam em espaços mais abrangentes. A profusão de feiras literárias e a formação continuada de novos autores vão permitindo o desenvolvimento de uma produção que escapa aos rótulos, em particular o de ‘marginal’”, afirma. A criação de meios – eventos, cursos e oficinas, por exemplo – e a abertura de espaços para novos narradores das periferias são, na opinião da titular, caminhos que podem servir para uma forte revitalização da literatura brasileira.

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