Folha de São Paulo - Maurício Meireles - 15/05/2018 |
O escritor e jornalista Tom Wolfe, um dos grandes nomes do jornalismo literário americano, morreu nesta segunda-feira (14) em um hospital de Nova York.
A informação foi confirmada ao jornal britânico The Guardian por sua agente literária, Lynn Nesbit. De acordo com ela, Wolfe fora internado devido a uma infecção.
Nascido em Richmond, no estado de Virginia, em 1930, Wolfe morava em Nova York desde 1962.
Ele se mudou para a cidade, que nunca mais deixou, para ser jornalista do The New York Herald Tribune —recém-saído da faculdade de direito, havia trabalhado no Springfield Union, de Massachusetts, e escreveu para outros veículos, como o Washington Post. Ele vivia com sua mulher, Sheila, com quem teve dois filhos.
Com outros repórteres do período, Wolfe ajudou a consolidar a reportagem que adotava técnicas literárias em sua concepção.
Wolfe escreveu obras que se tornariam clássicos, como o romance "A Fogueira das Vaidades", e textos jornalísticos cultuados, como "Radical Chique" —que trata da relação das elites nova-iorquinas com os Panteras Negras e que seria, numa expressão mais contemporânea, um retrato da esquerda festiva nova-iorquina.
Na reportagem em tom satírico, publicada no Brasil dentro do livro "Radical Chique e o Novo Jornalismo" (Companhia das Letras), Wolfe descrevia um jantar organizado na casa do maestro Leonard Bernstein para arrecadar fundos para os ativistas negros —que terminaram acusando o autor de racismo.
Num ensaio incluído nessa mesma edição, Wolfe tentava sistematizar o que a geração de jornalistas literários americanos havia criado —explicando o que, afinal, havia de novo naquele gênero.
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