O escritor Germano Almeida, de Cabo Verde, é o vencedor da 30ª edição do Prêmio Camões. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (21), em Lisboa, pelo ministro da Cultura de Portugal, Luís Filipe Castro Mendes, e pela presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Helena Severo, após reunião de quase duas horas do corpo de jurados. Almeida é o segundo escritor cabo-verdiano a receber o Prêmio. O primeiro foi Arménio Vieira, em 2009.
Considerado o mais importante prêmio da língua portuguesa, o Prêmio Camões de Literatura foi instituído em 1988, com objetivo de consagrar um autor que, pelo conjunto de sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da Língua Portuguesa. Contempla anualmente autores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A comissão julgadora é composta por representantes do Brasil, de Portugal e de países africanos de língua oficial portuguesa. O vencedor recebe 100 mil euros.
Em entrevista à Agência Lusa, Germano Almeida, se disse contente com o prêmio. "Estou muito feliz por saber que o que escrevo é apreciado ao ponto de me darem um prêmio tão prestigiado como o Camões", disse.
Germano Almeida estudou Direito na Universidade de Lisboa e dedica-se à advocacia na ilha cabo-verdiana de São Vicente. Foi deputado eleito pelo Movimento para a democracia de Cabo Verde e exerceu o cargo de procurador-geral da República de Cabo Verde.
Estreou como contista no início da década de 1980. Seu primeiro romance, O Testamento do Senhor Napumoceno da Silva Araújo, teve os direitos vendidos para vários países e foi adaptado ao cinema. As suas obras foram também editadas no Brasil, França, Espanha, Itália, Alemanha, Suécia, Holanda, Noruega e Dinamarca.
Seus primeiros textos foram assinados com o pseudônimo de Romualdo Cruz. Esses relatos, revistos ou reescritos, juntamente com outros até então inéditos, foram publicados em 1994 sob o título A ilha fantástica, a que se juntou A família trago, publicado em 1998, obras que recriam os anos da sua infância e o ambiente social e familiar da Ilha da Boa Vista.
Entre a sua extensa obra também se destacam títulos como O meu poeta (1990), Estórias de dentro de casa (1996), A morte do meu poeta (1998), Dona Pura e os Camaradas de Abril (1999), As memórias de um espírito (2001), O mar na Lajinha (2004) e Eva (2006).
O escritor também foi um dos cofundadores da revista literária Ponto e Vírgula. Acaba de publicar o seu mais recente romance, O Fiel Defunto.
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