O Globo - Alessandro Gianini - 23/05/2018 |
Logo na entrada do espaço onde está instalada a Ocupação Antonio Candido, no Itaú Cultural, em São Paulo, o visitante dá de cara com um tesouro literário. Uma fotografia em tamanho natural reproduz a estante na qual o crítico literário, sociólogo e professor, morto no ano passado, aos 98 anos, acomodou os cerca de seis mil volumes de obras que o acompanharam até o fim. A biblioteca física será doada para a Universidade de Campinas (Unicamp).
— Ele chegou a ter 30 mil livros, mas doou quase tudo e ficou com o que considerava essencial — diz a designer e editora Laura Escorel, neta de Candido e curadora da exposição que fica em cartaz de hoje até 12 de agosto, na capital paulista. — Três estantes são dedicadas a (Marcel) Proust, um dos autores preferidos dele. Também pode-se ver livros do Oswald de Andrade, do Mário de Andrade, do Guimarães Rosa e do Graciliano Ramos, todos com dedicatória.
Essa é uma pequena amostra dos cerca de 250 itens expostos, entre fotos, objetos e documentos pinçados do acervo pessoal de Candido e de sua mulher, a professora e crítica de arte Gilda de Mello e Souza (1919-2005). No total, são mais de 50 mil itens, entre imagens e textos, além de 800 discos de vinil e fitas sonoras deixados pelo casal. Todo esse material foi doado para o Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP) e, com apoio técnico do Itaú Cultural, estará disponível para consulta pública a partir do próximo ano.
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