Folha de São Paulo - Rafael Balago - 16/07/2017 |
Andar entre os estreitos corredores da biblioteca do terceiro andar da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) é uma pequena viagem no tempo. Nas prateleiras, há volumes com mais de cem anos, como a série "Costumes, Usos e Trajos de Todos os Povos do Mundo", de Augusto Wahlen, em edição de 1878. No corredor ao lado, há um conjunto com a obra completa de Shakespeare (1564-1616) impressa em Paris, em 1904.
Outra coleção de destaque por lá é a Brasiliana, série de cerca de 400 livros publicados a partir de 1930 que traz estudos e visões sobre o Brasil a partir de várias áreas do conhecimento, como história e biologia.
Antes restrito aos funcionários da Alesp e a pedidos de empréstimo de outras instituições, boa parte deste acervo pode ser consultado e emprestado por qualquer pessoa desde o começo deste mês. O cadastro exige RG e comprovante de endereço e permite levar até três livros por vez, com devolução em 15 dias.
A maior parte dos 9.000 volumes trata das várias áreas do direito. "Temos projetos de lei e discursos feitos desde o tempo do Império, alguns deles anotados à mão", diz o deputado Cauê Macris (PSDB), presidente da Alesp, que busca atrair mais público para a casa, sediada no Palácio 9 de Julho, edifício de 1948, em frente ao parque Ibirapuera. "Queremos que as pessoas não venham apenas para os debates, mas que usem mais o prédio."
Outra prateleira que vale prestar atenção é a que contém volumes sobre a história paulista, com livros escritos em várias décadas. Lá estão os volumes publicados nos anos 1920 pelo historiador Affonso d'Escragnole Taunay (1876-1958) e também o recente "A Capital da Solidão", de Roberto Pompeu de Toledo.
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