Folha de São Paulo - Amanda Nogueira - 12/04/2017 |
O mercado editorial ganhou um respiro no primeiro trimestre deste ano com um aumento de 16,59% no volume de vendas em março, em comparação ao mesmo período do ano anterior.
O dado foi apresentado no 3º Painel de Vendas de Livros, divulgado nesta quarta-feira (11) pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e pela Nielsen, a partir das vendas nas principais livrarias e supermercados do país.
De acordo com a pesquisa, o período entre 26 de fevereiro e 27 de março também contabilizou uma elevação de 12,34% no faturamento, atingindo o montante de R$ 143.387.112,38 –cerca de R$ 15 milhões a mais do que o período em comparação.
O resultado foi apresentado como o melhor dos últimos 18 meses.
Um dos fatores principais que explicariam o bom desempenho, um alívio para os representantes do setor, foram as ações promocionais de livrarias no Dia Internacional da Mulher.
O relatório afirma que as iniciativas levaram a uma queda de 3,65% no preço médio de volumes, incentivando o consumo.
Entre as empresas que apostaram na jogada, estavam a Amazon e a Saraiva.
"Talvez [isso tenha ocorrido] pelo fato de que a mulher seja o público mais consumidor de livros", diz Marcos da Veiga Pereira, presidente da Snel e da editora Sextante.
No entanto a prática não é nova no mercado e, segundo Pereira, deveria ser utilizada com cautela, para que não deixe de ser "sustentável para a indústria".
"O preço do livro ficou sem ser reajustado por muito tempo, criando uma situação de fragilidade da indústria como um todo, tanto para as editoras quanto para os livreiros", explica.
Pereira estima que, com a inflação, os livros tenham perdido cerca de 40% de seu valor na última década.
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