Pandemia e o Livro. Em um ano de pandemia o que temos no negócio do livro: diminuição da diversidade literária, serviço oferecido pelas pequenas e médias casas editoriais, fechamento de livrarias de rua, leitor assíduo substituindo compra presencial pela virtual, guerra de preços e descontos, inviabilizando o varejo espontâneo, concentração de ofertas nas mãos de gigantes do varejo online, custos de produção, papel, embalagem, frete e logística, crescentes e perversos, na contramão do momento, preços de capa defasados, que não contemplam o preço justo, fechamento de bibliotecas e espaços, minando o fenômeno conhecido como “vida literária e cultural”, cancelamento de feiras, bienais e eventos do setor, prejudicando novos lançamentos e a divulgação das novidades, afastamento do leitor do seu público e, se não fosse pouco, e também cruel, estrangulamento das margens do direito de autor, pagos pelo seu trabalho intelectual. O mercado está na “berlinda”, na espera e na busca do biscoito da sorte. E mais, sofre - ou vem sofrendo - a ameaça de ver o produto livro tributado em 12%, na mais insana e estúpida proposta de governo que já se viu no reino. Jogar a toalha, jamais! Estamos levando “surras” de tolhas molhadas. Hora de sol, resistência e diálogo. A dor da “sova” não é maior que o prejuízo da razão.
João Scortecci
17.04.2021