Livrarias se reinventam em meio à pandemia e temem a taxação do livro

Eventos online têm sido a saída adotada pelas pequenas livrarias para fomentar o consumo literário no período de confinamento imposto pela pandemia do novo coronavírus. Clubes de leitura, vendas por whatsapp, dicas de livros, sarau digital - essas e outras estratégias criativas têm sido adotadas pelas livrarias enquanto as lojas físicas seguem fechadas.
A Livraria da Vila, que sempre priorizou a venda presencial, foi buscar novos caminhos, passando a investir fortemente no formato digital e disseminado o e-commerce como estratégia de venda. Encontros com autores, dicas de leitura, contação de história e lançamentos online são algumas das atividades realizadas nas redes sociais da livraria, que ganharam protagonismo significativo. Já passaram pela programação personalidades como o psicanalista Christian Dunker, o crítico gastronômico Luiz Américo Camargo, o criador da Balada Literária, Marcelino Freire, o comentarista e ex-jogador de futebol, Walter Casagrande Jr., a jornalista e diretora da Biblioteca Mário de Andrade de São Paulo, Joselia Aguiar e o rabino Nilton Bonder.
Hoje, as vendas online da Livraria da Vila correspondem ao volume de uma loja pequena, como a de Moema ou a do Aurora Shopping, em Londrina, por exemplo, o que garante a manutenção do quadro de colaboradores, que segue intacto. Com a flexibilização da quarentena e a reabertura de alguma unidades, em horário especial e com rígidos protocolos sanitários, a Livraria da Vila retoma aos poucos o atendimento físico especializado, sem no entanto, abrir mão da veia digital, que têm proporcionado uma nova vivência omnichannel e diminuindo a distância imposta aos seus clientes pela pandemia.
Um dos setores mais vulneráveis na pandemia do novo Coronavírus, o mercado editorial se uniu ante a decisão federal que pretende substituir tributos como PIS e Cofins pela Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços, a CBS, anulando as isenções em vigor até então. Com o fim dessa imunidade fiscal a cadeia do livro se enfraquece e o acesso à leitura se torna ainda mais difícil e elitizado.
Em resposta à proposta de taxação, entidades do universo dos livros como Associação Brasileira dos Editores de Livro (Abrelivros), Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Sindicato Nacional dos Editores de Livro, o Snel redigiram um manifesto ‘Em Defesa do Livro’. Segundo Samuel Seibel, presidente da Livraria da Vila, desde a criação da lei, em 2004, houve uma diluição do preço do livro em cerca de 25%. A precificação das publicações subiu muito menos que a inflação nesses últimos 15 anos. "Hoje, as livrarias não têm margens para sacrificar e absorver esse novo imposto. O mercado não está pedindo um privilégio, é por uma necessidade de sobrevivência", afirma.
A Livraria da Vila, uma das mais tradicionais redes do Brasil, manifesta apoio ao movimento ‘Em Defesa do Livro’. 

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Marianna Rosalles
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