IBGE aponta que no Brasil tem mais municípios com videolocadoras do que com livrarias

Publishnews - 09/12/2019 |

O IBGE divulgou, no fim da semana passada, os resultados de uma pesquisa em que avalia o desempenho da economia do setor cultural brasileiro. Os dados são referentes a 2018. No ano passado, esse ramo ocupava, segundo apontou o estudo, 5,2 milhões de pessoas. Mais da metade era mulheres (50,5%), brancas (52,6%) e com menos de 40 anos (54,9%). O estudo mostrou ainda uma redução na proporção de empregados com carteira assinada. Em 2014, 45% dos trabalhadores estavam nessa condição. Em 2018, esse índice baixou para 34,6%. Na via contrária, houve aumento dos trabalhadores por conta própria (de 32,5% para 44,0%).
O setor movimentou R$ 226 bilhões e o gasto médio mensal familiar com atividades culturais foi de R$ 282,86 em 2018. Esse índice aponta o nível de desigualdade no país: as famílias com rendimento de até R$ 1.908,00 comprometiam apenas 5,9% de seus gastos com atividades culturais (R$ 82,15), abaixo da média nacional de 7,5%, ao passo que aquelas com renda superior a R$ 23.850,00 destinavam 7,9% de suas despesas à cultura (R$ 1.443,41).
O estudo apontou um dado alarmante: as livrarias estão sumindo da paisagem urbana do Brasil. Para efeito de metodologia, o IBGE usa os dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais para considerar o estabelecimento uma livraria. O estudo anual usa como fonte primária de dados as próprias prefeituras.
Em 2001, 2.374 municípios brasileiros (42,7% do total) contavam com pelo menos uma livraria. Em 2018, apenas 985 dos 5.570 municípios brasileiros (17,7%) tinham esse tipo de estabelecimento.
Quando posto em perspectiva, nota-se um decréscimo quase que constante desse índice relativo de número de municípios com livrarias, como mostra o gráfico abaixo. Em 1999, 35% das cidades brasileiras contavam com esse tipo de comércio. Em 2001, houve um crescimento (42,7%), mas depois a curva veio apontando para baixo até 2014 quando teve uma ligeira melhora (27,4%) para chegar ao índice mais baixo em 2018 (17,7%).

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