Exame - 05/08/2019 |
A mensagem enviada no grupo do WhatsApp dos moradores dos Jardins começava assim: “Garoto descolado convenceu meu filho a ler um livro”.
O jornalista Lucas Alves, 28, não estava no grupo e descobriu que era o tal garoto descolado quando as pessoas começaram a chegar curiosas na banca-livraria que ele tinha acabado de abrir com o primo Thiago, publicitário de 38 anos, na Alameda Franca quase esquina com a Augusta. Ele de fato convenceu um adolescente que não gostava de ler a comprar o livro que ele mesmo estava lendo. Hoje o menino volta pelas HQs. Um começo.
Lucas e Thiago queriam abrir uma livraria e a banca surgiu por acaso. Juntaram as economias, reformaram o espaço e três meses atrás inauguraram a Combo Café & Cultura.
Transformar uma banca de jornal em livraria não é uma coisa exatamente nova. A Banca Tatuí é de 2014. A Curva, de 2018. A diferença é que enquanto as duas vendem publicações independentes, a dos primos vende literatura geral – livros novos e lidos, como Lucas prefere chamar os usados.
A dupla começa este negócio num dos piores momentos da história do mercado editorial, e não está sozinha. Outras iniciativas se somam ao esforço de livreiros que estão na luta há 10, 20 anos pela sobrevivência e relevância das livrarias.
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