G1 - Dani Fechine - 19/1/2019 |
Era 1999 quando Wallace Albuquerque, de 60 anos, sentiu no bolso o peso dos materiais escolares dos dois filhos. Livros, cadernos, canetas e mais uma lista inteira para seguir. Foi pela televisão que conheceu a ideia de uma feira de livros usados, no outro extremo do país. Achou a distância física muito grande, mas conseguiu captar a mensagem na mesma hora. Montou a tradicional Feira de Livros, que acontece anualmente em João Pessoa. Em 2019, ela completa vinte anos de existência e têm dado uma economia de até 60% a quem escolhe essa opção.
Um dos filhos de Wallace, Luciano Albuquerque, de 31 anos, está com o pai nessa empreitada desde o início. Ele conta que a ideia inicial era fazer apenas três dias de feira, ainda com poucos livros, mas o suficiente para fazer render algum desconto no material escolar dos livros. “O sucesso foi tão grande que nesse mesmo ano a feira foi prorrogada por três semanas”, ressaltou. Em 2000, a feira já ganhou o prazo de dois meses.
No primeiro ano, Wallace convidou os pais dos colegas dos dois filhos. A proposta era a compra, venda e troca dos livros didáticos. “Principalmente a troca”, ressaltou. O mais importante era fazer com que os pais não perdessem os livros que ficavam em casa com o fim do ano letivo.
Beatriz Barbosa tem apenas 11 anos, mas já entende bem a necessidade de fazer o consumo consciente, economizar e repassar os materiais que a ajudaram durante todo o ano. Ela foi com a mãe Helena de Sousa, de 52 anos, até a feira de livros. Já tinha ouvido falar no lugar, mas estava ali pela primeira vez. “Depois que acaba o ano a gente não vai usar mesmo”, lembra Beatriz.
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