Descubra por que ler livros reduz o estresse

Cidade Verde - 19/10/2018 |

Claro, claro! - gritam pessoas a caminhar pelas ruas de Itabira nestes dias em que a frase do grande poeta itabirano aparece em palestras, contação de histórias, eventos de premiação de personalidades. Na cidade mineira que vive os 115 anos de nascimento de Carlos Drummond de Andrade ouve-se dizer que o prazer da leitura é envolver-se com a história, viajar na imaginação, transformar-se em herói ou vilão, interagir com os personagens. Isso não é um prazer?

O escritor, professor e psicólogo Reginaldo Daniel da Silveira, explica que além de ser uma fonte de prazer ler é também uma forma de espantar as dores emocionais. Pensar negativo é normal? Sim! Afinal somos apenas humanos como canta o britânico Rag'n'Bone Man. Um único pequeno pensamento negativo atrai outros pensamentos negativos: "Deus! Que notas baixas! Para que um diploma com isso? Não vou conseguir um bom emprego, não vou ter independência. Ninguém vai querer casar comigo! Droga!" Nesse instante sequer passa pela nossa cabeça a fala do príncipe Hamlet na tragédia de Shakespeare "nada em si é bom ou mau; tudo depende daquilo que pensamos". Sem que nos perguntemos se o que pensamos é verdade, importante ou útil, entramos numa explosão de negatividade. Um pensamento se incorpora ao outro e nos fundimos neles como uma moldura que parece estar ali o tempo todo. Como a leitura entra nesta conversa?

Ao buscar decifrar o conteúdo escrito em um livro nos desviamos de pensamentos negativos e distraímos nossos estressores diários. Uma pesquisa da Universidade de Sussex na Inglaterra em 2009 constatou que ler reduz o estresse em até 68%. Os resultados são mais rápidos que outros métodos de relaxamento como ouvir música, beber um chá quente, dar uma caminhada ou jogar videogame. No momento da leitura a mente se livra daquilo que causa estresse. O que acontece em nossa mente quando lemos?

Para explicar o que acontece com o nosso cérebro quando lemos, o estudo feito pela Universidade Emory nos Estados Unidos em 2011 mostra que durante a leitura há maior conectividade na região associada à recepção da linguagem. A atividade cerebral nesta área não só se amplia como permanece assim vários dias após a leitura. Uma outra consequência da pesquisa observada em imagens de ressonância magnética funcional refere-se a alteração nas áreas correspondentes aos processos de sensação e emoção. Uma ilustração deste evento cerebral é o que diz um leitor do livro O Inferno é Verde em referência ao capítulo 23: "Senti o formigamento, as batidas do coração e a sensação de alivio quando Nolan escapou do jacaré e da onça"

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