O Globo - 19/04/2018
A escritora Vilma Guimarães Rosa e o advogado Joaquim Falcão disputam hoje a cadeira nº 3 da Academia Brasileira de Letras. A eleição, que decide o sucessor de Carlos Heitor Cony, morto em janeiro, ocorre a partir das 16h, no Petit Trianon. Será eleito aquele que alcançar a maioria absoluta dos votos.
Filha de João Guimarães Rosa, Vilma é formada na Universidade da Sorbonne, de Paris. É autora dos livros de contos “Acontecências” (1967), “Por que não?”, que levou o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, de 1972, além de “Serendipity” (1974), “Carisma” (1978) e “Clique” (1981). Escreveu também o livro de memórias “Relembramentos: João Guimarães Rosa, meu pai (Memórias biográficas)” (1983).
Este último é um dos únicos trabalhos disponíveis sobre a vida do escritor, e chegou a ser premiado pela Academia Brasileira de Letras e pelo PEN Clube do Brasil no ano de lançamento. Em 2008, Vilma, de 86 anos, envolveu-se em uma polêmica ao acusar de plágio o advogado Alaor Barbosa, autor de uma biografia de Guimarães Rosa, “Sinfonia Minas Gerais”. A obra foi retirada do mercado e, após pendengas judiciais, voltou às livrarias em 2013. Em sua última entrevista, em 1966, Guimarães Rosa se desmanchou de elogios à filha na revista “O Cruzeiro”: “Vilminha tem boa fabulação. Seus contos são imaginosos e são reflexos de sua intensa atividade intelectual, desde criança.”
Doutor pela Universidade de Genebra e pela Harvard Law School, Falcão, de 74 anos, é professor titular da FGV Direito Rio (que dirigiu entre 2002 a 2017) e um dos maiores conhecedores do Supremo Tribunal Federal. Analista contundente da instituição, ele publicou, em 2017, o livro “O Supremo”, que esmiúça em 70 artigos as posições e decisões tomadas por seus ministros e presidentes. É autor também dos livros “A favor da democracia” (2004), “Mensalão: Diário de um julgamento” (2013) e “Reforma eleitoral no Brasil” (2015).
Membro do Conselho Nacional de Justiça entre 2005 a 2009, Falcão atua em temas como internet, reformas, separação dos poderes e globalização. Foi premiado com a Medalha Mário de Andrade, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 2017, e com a Ordem do Rio Branco, do governo federal, em 1998.
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