Jornal Nacional - 04/04/2018 |
O Brasil tem uma representante entre as três finalistas de um concurso internacional que vai escolher a melhor biblioteca do mundo. A brasileira é pública e fica numa área que foi revitalizada em São Paulo.
Um grande prédio de vidro, colorido e agitado; é a Biblioteca de São Paulo.
“É legal, porque parece que foi feita mesmo para os jovens”, diz João Victor Fernandes, de 15 anos.
“Você não fica naquele ambiente muito fechado, vamos dizer assim. Pode interagir melhor”, conta André Inoue, de 14 anos.
Arquitetura e decoração avisam: é o tipo de lugar para ficar à vontade. Nem silêncio é pedido por ali.
São quatro mil metros quadrados para jogar, estudar, usar a internet, até namorar. Tudo bem, porque, no fim das contas, tudo ali é porta para a leitura.
“Já li acho que uns cinco livros, em mais ou menos um mês que estou aqui”, diz João Pedro Cavalcante, de 15 anos.
A biblioteca, construída pelo governo estadual e administrada pela organização social SP Leituras, fica num terreno com história de violência. Por quase 50 anos, foi o endereço do Carandiru, a Casa de Detenção que abrigou mais de nove mil presos e ficou marcada pelas rebeliões. A última, em 1992, terminou com o massacre de 111 detentos. Dez anos depois, os pavilhões foram implodidos.
Dos escombros do Carandiru nasceu o Parque da Juventude e nele a Biblioteca de São Paulo, que foi planejada com o objetivo de promover inclusão social por meio da leitura. O projeto deu certo e agora concorre ao título de melhor biblioteca do mundo.
Ela disputa o prêmio com três bibliotecas europeias: da Dinamarca, Noruega e Letônia. Nossa vaga foi conquistada pela proposta de renovar o conceito de biblioteca, que não pode mais ser apenas um lugar fechado, cheio de livros nas prateleiras.
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