Publishnews - Luís Antonio Torelli - 22/03/2018 |
A Câmara Brasileira do Livro (CBL) congrega todos os agentes do mercado editorial em torno de muitas causas, entre elas: o desenvolvimento do setor e de novos leitores no País. Para isso, a sua missão diária é fazer com que os objetivos comuns de seus associados sejam atendidos, visando a ampliação do acesso ao livro. Em 2017, a CBL intensificou suas ações a partir de um planejamento estratégico centrado em três eixos: aumento de representatividade política, monitorando no Congresso mais de 600 projetos que dizem respeito ao livro; desenvolvimento de negócios para o setor; e mais apoio aos associados.
Mas essa grande indústria competitiva, com pouca representatividade e com diversos ajustes precisa se reinventar, recriar e reestruturar. Não existe fórmula secreta ou padrão, o sistema tem falhas que dificultam o crescimento e a permanência de muitos empresários desse segmento. Problemas com consignação, poucos pontos de vendas, falta de profissionalismo no mercado, distribuição, frete, concorrência, descontos que reduzem o poder da concorrência e o mais preocupante: a falta de leitores.
Apesar da taxa de analfabetismo ter caído nos últimos anos, o Brasil ainda é formado por 44% de não leitores segundo dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. A leitura fica em 10º lugar quando o assunto é o que gosta de fazer no tempo livre, atrás de assistir TV, ouvir música, acessar a Internet, entre outros.
Diante do cenário acima, torna-se urgente criar alternativas viáveis para enfrentar esse cenário.
Acredito que está mais do que na hora de tratar destas questões de forma setorial. Pouco ou nada se produzirá de forma individual, ou seja, é preciso que a indústria e o varejo conversem, discutam e proponham ações com olhos no setor. O mercado editorial, apesar das inúmeras entidades que o representam, é um dos poucos que insiste em olhar apenas para o seu quintal, ao contrário de outros setores que perceberam desde a globalização, ser impossível competir e crescer sem fortalecer o setor como um todo.
Do ponto de vista da CBL, temos trabalhado para implementar ações para o associado e estamos elaborando projetos para incrementar o mercado, como o de feiras nacionais e um material para fomentar o empreendedorismo em livrarias.
Também é nosso foco incentivar propostas que visam a formação de mediadores de leitura e de leitores. Precisamos colocar um ponto final na máxima de que se o professor não lê, o aluno também não lê. A formação do professor é tarefa que vai muito além dos braços da CBL, mas incentivá-lo, mesmo aqueles não leitores, esta sim, é uma tarefa que podemos assumir. A nossa proposta é criar um guia que mostre ao professor de forma prática e objetiva, o melhor caminho para despertar o interesse de sua classe pelo livro e pela leitura. Este projeto já está em fase de elaboração.
Para driblar essa crise, é preciso aumentar a base de consumidores de livros no país. É preciso ampliar o número de bibliotecas, eliminar o analfabetismo e criar mais programas de acesso ao livro nas redes públicas de ensino. Já demos um grande passo com o Plano Nacional de Leitura e Escrita (PNLE), que já está na última comissão da Câmara dos Deputados e quando aprovada seguirá para sansão presidencial. O PNLE traça estratégias que devem contribuir para a universalização do direito ao acesso ao livro, à leitura, à escrita, à literatura e às bibliotecas.
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