Folha de São Paulo - Joana Cunha e Tatiana Vaz - 26/12/2017 |
A Livraria Cultura anunciou nesta terça-feira (26) a compra da plataforma on-line Estante Virtual.
A Estante Virtual, que se denomina um "marketplace" de livros, ou seja, um vendedor on-line de produtos de terceiros, informa que tem 4 milhões de clientes cadastrados e 17,5 milhões de livros vendidos.
A Estante Virtual entrou no mercado há mais de dez anos como um portal de venda de livros novos e usados.
"As práticas da Estante convergem com os valores da Cultura, uma empresa que começou justamente alugando livros novos e usados, como quis minha avó, Eva Herz", disse Sergio Herz, presidente da Livraria Cultura e da Fnac Brasil, em comunicado.
O valor da compra da Estante Virtual não foi divulgado.
O negócio vem na esteira de outros movimentos da Livraria Cultura no meio digital. A empresa passou a cuidar recentemente da operação de e-commerce da Cnova, rede que reúne Casas Bahia, Ponto Frio e Extra. As três lojas sempre venderam livros populares, como os de padres, saúde e autoajuda.
FINANÇAS DELICADAS
A Livraria Cultura neste ano também comprou a operação brasileira da Fnac, multinacional francesa com 12 lojas em sete Estados. A rede brasileira, por sua vez, tem 18 livrarias no país.
A notícia surpreendeu o mercado na época em razão da situação financeira delicada da Cultura, a terceira no segmento livreiro no país.
Apesar do anúncio de compra, a operação Fnac/Cultura envolveu uma injeção de recursos por parte da própria Fnac, que pagou para que a Cultura assumisse a subsidiária da multinacional no Brasil. Ao passar a empresa para a frente, os franceses da Fnac estariam se livrando de arcar com os custos ligados ao fechamento.
O negócio com a Estante seguiria na mesma lógica, já que a Cultura, apesar das notícias de fragilidade financeira, estaria ainda em melhor situação.
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