Livros ganham asas e deixam as prateleiras

Estadão - Bia Reis e Cristiane Rogerio - 29/10/2017 |

Pare por um instante e imagine alguém lendo um livro. Esta pessoa está sozinha, certo? Pelo menos na maioria das vezes é esta a imagem que temos do ato de leitura, digamos, ideal. Esquecemos que compartilhar leituras com o outro pode fazer parte da formação literária e ser um benefício fundamental para que se construa, de fato, um país de leitores. Isso porque o coletivo tem muita potência.

Na Escola Carandá Vivavida, na Vila Clementino, zona sul de São Paulo, o exercício começa cedo. As crianças com 3 anos são estimuladas a criar uma ciranda de livros. As famílias recebem a incumbência de ajudá-las a escolher um livro do acervo pessoal para compartilhar com o grupo. Elas, então, fazem carteirinha, identificam as obras e anotam as idas e vindas. Depois que um livro passa pelas mãos de todos, volta ao lar inicial.

“Queremos criar a possibilidade de as crianças trocarem o que leem entre elas, partilhar de algo que gostam. E exercitar o emprestar e tudo o que envolve a questão, como o cuidado com um objeto que não é da gente”, diz Márcia Hippolyto, coordenadora pedagógica do grupo de 3 anos da escola. “A gente levanta junto as regras para o manuseio: é preciso se lembrar de trazer (o livro) para o outro não ficar sem, etc”, afirma.

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