Época Negócios - Abel Reis - 13/09/2017 |
Em plena era das imagens, as palavras têm feito bonito. Cada vez mais gente lê livros. De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, passou de 50% (em 2011) para 56% (em 2016) o número de leitores no País. O uso de bibliotecas saltou de 12% para 19%, no mesmo período. Até o livro impresso está em alta em diversos países. No Reino Unido as vendas aumentaram 7% no ano passado contra queda de 4% na comercialização de e-books (dados Nielsen). Movimento similar ocorre no restante da Europa e Estados Unidos.
Plataformas sociais e dispositivos móveis são personagens centrais nessa história. Impulsionam não apenas a leitura, mas escrita e publicação. Antes, escrever e publicar eram processos longos e solitários, para privilegiados ou perseverantes – por conta própria, quase ninguém lançava um livro. Hoje, escritores e leitores podem atuar de modo colaborativo (em comunidades virtuais e e-readers), instantâneo (criação e consumo são portáteis) e democrático (a auto-publicação e livros baratos são viabilizados pela Amazon e similares).
Irônico é ver o digital contribuindo para o resgate de antigos espaços da literatura. Saraus, clubes de leitura e grupos de escrita estão se proliferando como nunca. Por um lado, a tecnologia facilita a mobilização e engajamento das pessoas nos eventos. Por outro, ao desmistificar o universo literário – potencialmente somos todos autores --, estimula o desejo de participar ativamente dele. Ler e escrever agora é pop.
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