Academia Brasileira de Letras - 11/08/2017 |
O historiador e professor carioca Arno Weling, Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), tomou posse na Cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras, nesta sexta-feira, dia 11 de agosto, em solenidade no Salão Nobre do Petit Trianon. O novo Acadêmico foi eleito no dia 9 de março deste ano, na sucessão do Acadêmico e poeta Ferreira Gullar, falecido no dia 4 de dezembro de 2016.
Em nome da ABL, o Acadêmico, embaixador e historiador Alberto da Costa e Silva fez o discurso de recepção. Antes, Arno Wehling discursou na tribuna. A seguir, assinou o livro de posse. Logo após, o Presidente convidou o Acadêmico e professor Arnaldo Niskier (segundo a tradição, o decano presente) para entregar a espada (Eduarda Wehling de Toledo, neta do empossado, ficou responsável pela espada); o Acadêmico e historiador José Murilo de Carvalho para fazer a aposição do colar; e o Acadêmico e jornalista Cícero Sandroni, a entrega do diploma (Gabriela Wehling de Toledo guardou o diploma do Acadêmico avô). O Presidente, então, declarou empossado o novo Acadêmico.
Os ocupantes anteriores da cadeira 37 foram: Silva Ramos (fundador) – que escolheu como patrono Tomás Antônio Gonzaga –, Alcântara Machado, Getúlio Vargas, Assis Chateaubriand, João Cabral de Melo Neto e Ivan Junqueira.
DISCURSO DE POSSE
Em seu discurso de posse, Arno Wehling afirmou: “Ingresso na Academia Brasileira de Letras com uma convicção, a de seu significado intelectual, simbólico e ético como grande instituição brasileira. Vejo a Academia como uma grande irmandade espiritual no tempo e sei que dela participar implica estabelecer vínculos múltiplos, antes de tudo com ela própria e o que encarna em matéria de liberdade, diversidade, humanismo e compromisso com o Brasil.
“E que cadeira desafiadora, a cadeira 37! O patrono, Tomás Antonio Gonzaga; três poetas, João Cabral de Melo Neto, Ivã Junqueira e Ferreira Gullar; um filólogo que secundariamente poetou, o fundador Silva Ramos e três homens de ação, Alcântara Machado, Getúlio Vargas e Assis Chateaubriand, um dos quais deu rica contributo à interpretação do Brasil.
“Os ocupantes da cadeira 37 foram limítrofes de mundos diversos, não só por terem optado por diferentes formas de expressão (poesia, ensaio, análise social, discurso político, texto jornalístico, até artes plásticas, como Ferreira Gullar) mas igualmente por terem sensibilidade para captar as tensões entre natureza e cultura (como Gullar e João Cabral) , fenômeno e essência (como Ivã Junqueira) ou entre o antigo e o moderno (como Alcântara Machado, Getúlio ou Chateaubriand). Particularmente pendular e tensional foi Ferreira Gullar, com polarizações como indivíduo/ser, Sol-fogo/morte, ninguém/todo mundo, pondera/delira, almoça e janta/se espanta, permanente/de repente.
“Tiveram igualmente a preocupação com o tempo, entre a ânsia de perenidade e a consciência da finitude, além da percepção de tempos diversos, mas coetâneos, como no Poema Sujo de Gullar ou ainda nas transformações da vida nordestina em Cão sem plumas e O Rio de João Cabral.
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