CBN - 17/08/2017 |
Três décadas depois da morte de Carlos Drummond de Andrade, a literatura brasileira celebra o legado de um dos maiores poetas do país. Com uma obra universal que dialogou com seu tempo, a herança do artista se mostra sempre atual. E para comemorar esse legado, a CBN convidou os atores Irene Ravache, Paulo Betti e Lázaro Ramos para interpretar poemas de Drummond.
'Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.'
Carlos Drummond de Andrade. Apenas o nome já soa como poesia aos ouvidos de quem ama as palavras. Há três décadas, o Brasil se despedia do moço de Itabira que espalhou seu talento pelo vasto mundo.
A ausência não foi falta. E há 30 anos, voltamos aos seus versos em busca de respostas.
'Falou sobre uma gama de coisas e falou de uma forma que não tem data de validade. Falou com um frescor. Essa voz que parou de falar há 30 anos continua a falar sem gagueira, sem rouquidão. Uma obra que não tem ruga.'
O também mineiro Humberto Werneck, jornalista e escritor, dedica-se há quase dois anos a escrever uma biografia do poeta Drummond. Uma história que começou em 31 de outubro de 1902. Em 84 anos de vida, o escritor usou a realidade à sua volta como inspiração e definiu em palavras sentimentos e angústias até então desconhecidos - como disse à TV Globo em 1981.
'Eu vim de um Brasil quase escravocrata. Era um Brasil feudal. Os costumes eram rígidos. A gente tinha que beijar a mão do padre quando ele passava. Tudo enche a cabeça da gente de porcaria. Então, a minha poesia o que q foi? No fundo foi um processo de depuração interna. Graças a essa depuração que a poesia fez para mim eu vomitei tudo isso na minha poesia.'
Ler Mais: CBN