Folha de São Paulo - Daniel Buarque - 09/07/2017 |
"Mas você leu ou só ouviu?" A pergunta parecia inevitável. Ao longo dos últimos dez meses, surgia sempre que eu comentava algo interessante sobre uma obra que estava lendo. Na verdade, muitos prefeririam que eu escrevesse "lendo", entre aspas, pois nesse período fiz uma imersão no universo dos audiolivros.
O mercado de livros que têm seus textos narrados em voz alta e gravados para serem escutados está em franca expansão. Nos Estados Unidos, saltou de 36 milhões de unidades vendidas em 2011 para 89 milhões em 2016 e atingiu faturamento de US$ 2,1 bilhões (R$ 6,9 bilhões).
Mesmo no Brasil, onde todo o setor editorial faturou R$ 5,2 bilhões em 2016 (queda de 5,2% em relação a 2015), cresce o interesse pelos audiolivros. Pelo menos essa é a visão de novas empresas locais que investem nesse filão, como a Ubook e a Tocalivros, além da multinacional Audible, da Amazon, que em breve estará no país.
A aposta se baseia em dois fatores complementares: 1) com a atenção cada vez mais disputada por diferentes mídias, as pessoas têm menos tempo para sentar e ler; 2) a tecnologia permite que elas levem os livros narrados no bolso, em um aplicativo de celular que já carregariam consigo, acessível em qualquer lugar e a qualquer hora.
"O smartphone mudou a dinâmica do negócio do audiolivro , assim como o streaming e o serviço de assinaturas", diz Silvia Leitão, editora de negócios digitais do Grupo Record.
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