Sem patrocínio, começa no Rio o 19º Salão do Livro Infantil e Juvenil

Istoé - 21/06/2017 |

Começou hoje (21), exclusivamente para professores, o 19º Salão do Livro Infantil e Juvenil, promovido pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), no Centro de Convenções SulAmérica, na Cidade Nova, região central do Rio de Janeiro. A partir de amanhã (22), o evento estará aberto para escolas e o público em geral.

“O salão está cinco vezes menor; a gente está sem patrocínio”, lamentou, em entrevista à Agência Brasil a secretária-geral da fundação, Beth Serra. Em vez de 12 dias de duração, como aconteceu nas edições anteriores, o Salão 2017 foi reduzido para oito dias, estendendo-se até 28 deste mês. “Mas a gente conseguiu, pelo menos, manter a sequência”.

Em 2018, o Salão do Livro Infantil e Juvenil completará 20 anos de existência. “Eu costumo dizer que 2016 foi o salão da resistência. Este ano, é o salão da perseverança, da teimosia”, sublinhou Beth. Ela acredita, porém, que o Salão voltará ao tamanho anterior, conseguindo novos patrocínios. “Acredito que tem uma luz no fim do túnel para que as coisas sejam diferentes no ano que vem. A gente não perde a esperança”.

Verba para livros

Apoios tradicionais do passado, como da Petrobras; do Departamento do Livro, da Leitura e da Biblioteca, do Ministério da Cultura; e da Secretaria Municipal de Cultura do Rio não tiveram continuidade este ano. O que garantiu a realização do evento foi a manutenção, pela prefeitura carioca, da verba para os professores adquirirem livros no evento, informou Beth Serra.

“Isso já é uma tradição quase do início do salão, criada na gestão do prefeito Cesar Maia, que se mantém ao longo dos anos. Os secretários de Educação mantêm isso, o que motiva os editores a estarem presentes, porque tem a verba garantida para compra dos livros”, explicou. Nesta edição, participam 37 editoras.

Professores de mais de 1.500 escolas vão comprar livros no salão. Beth salientou que isso faz parte do projeto de leitura e de educação do município. A verba dada pela prefeitura soma cerca de R$ 960 mil, à média de R$ 600 por escola, e se destina exclusivamente à aquisição de literatura infantil. Segundo Beth, esses recursos são muito importantes, porque o Programa Nacional da Biblioteca na Escola, do Ministério da Educação, que era fundamental para a formação de leitores jovens, foi interrompido em 2015.

A expectativa é que 5 mil crianças da rede municipal de ensino visitarão o salão, que receberá também estudantes de escolas particulares e de organizações não governamentais (ONGs) que trabalham com leitura e literatura. No espaço ocupado nesta edição do evento cabem 700 pessoas por turno (manhã e tarde).

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