G1 - Vivian Reis - 16/05/2017 |
O secretário Municipal da Cultura de São Paulo, André Sturm, disse em entrevista ao G1 que as bibliotecas serão uma das prioridades da gestão João Doria (PSDB) e negou que irá privatizar os equipamentos. Sturm defendeu o programa Biblioteca Viva, que pretende revitalizar as 54 bibliotecas de bairro da cidade, e rebateu críticas de bibliotecários, que questionam, entre outros pontos, a possibilidade de privatizar as unidades e a ampliação do horário de funcionamento sem sacrificar os funcionários.
Especialistas ouvidos pelo G1 destacaram que diversos pontos do programa Biblioteca Viva, criado recentemente pela pasta, já estão em andamento na cidade sob outros nomes em gestões anteriores.
Sturm enfatizou que o objetivo é aumentar o público por meio de uma programação contínua e qualificada nas próprias unidades.
G1 - Bibliotecários afirmam que as propostas do Biblioteca Viva já existem há anos. O que o senhor propõe de novo com o programa?
André Sturm - Nenhuma das nossas propostas no Biblioteca Viva é revolucionária, nem temos essa ilusão. O fato é que as bibliotecas nunca foram prioridade de nenhum gestão. Nessa gestão elas são prioridades. Elas são metas da gestão, não da gestão da Cultura, da gestão municipal. Isso nunca havia acontecido. Uma das 52 metas da gestão é a melhoria, o desenvolvimento e o aumento de público frequentador das bibliotecas.
As 54 bibliotecas de bairro estavam em situações bastante variadas, em bom estado físico na maior parte dos casos, mas com pouca programação cultural, com pouca demanda - nos últimos quatros anos, caiu 37% em média.
Esse conjunto de medidas visa destacar as bibliotecas, ampliar o público do livro e da leitura. Programação cultural variada já existia, mas não em todos os finais de semana, em todas as bibliotecas.
Nenhuma delas (ações) é incrível, mas nós acreditamos na soma delas e já estamos vendo efeitos: em cerca de dois meses, o público já aumentou em algumas bibliotecas, assim como o número de retiradas.
O que a gente está fazendo é seguir uma série de ideias que foram resultado de um longo debate na sociedade, que resultou no Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca (PMLLLB).
Acho que todas as ideias que estamos apresentando ou estão lá (no PMLLLB) ou vão além. Sem ideia revolucionária, a diferença é o foco, a atenção e a continuidade das ações nas bibliotecas.
G1 - Como a Secretaria amplia o horário de funcionamento das unidades sem aumentar os gastos com pessoal, acervo e manutenção?
Sturm - O que estamos fazendo de novo é abrir aos domingos, que é o dia que praticamente todo mundo tem livre e disponível para visitar uma biblioteca. Antes elas abriam de segunda a sexta, e sábado em um horário reduzido. Agora nós abrimos todas as bibliotecas aos domingos. Cada equipe, no local, decidiu, se seria necessário fechar em um dia de semana, para compensar, ou permanecer aberta sete dias por semana.
Das 54 bibliotecas, 34 permanecem abertas sete dias por semana. 20 delas fecha um dia na semana para compensar o horário do domingo. A gente entende que de segunda a sexta, no horário comercial, não muda muito um dia da semana ou outro, então achamos que fazia sentido compensar um domingo aberto por um dia fechado.
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