G1 - Anaísa Catucci - 22/05/2017 |
As mudanças na forma de consumir despertam a criação de novos conceitos na moda com responsabilidade. Iniciativas realizadas em Santa Catarina integram projetos de upcycling ou upcycle, que é a reutilização de sobras, resíduos e produtos inutilizados para criar novas peças.
Uma das que tentam mudar o modo de fazer moda é Katya Lichtnow, de 34 anos, fundadora do Ateliê Catarina, com sede em Florianópolis. Ela utiliza materiais que iriam para o descarte e transforma em peças exclusivas, como clutches, bolsas, carteiras e maletas confeccionadas com capas de livros descartados.
Desde o início do empreendimento foram mais de 1,5 mil livros que deixaram de ir para o lixão e ganharam um novo ciclo. A reportagem integra a série especial SC+, e mostra como o design envolvido com a moda sustentável deixa Santa Catarina mais próxima das tendências do consumo consciente.
“Comecei a criar as bolsas em 2014, inspirada no trabalho da estilista francesa Olympia Le Tan, que fazia bolsas imitando desenhos de capas de livro no bordado. Na época, já fazia outras bolsas por hobby e então comecei a desenvolver um conceito de desconstrução desta referência”, lembra.
Por conta da forte ligação com a questão ambiental, Katya começou a reutilizar os materiais como as enciclopédias desatualizadas que tinha em casa.
As primeiras encomendas do novo negócio criativo partiram das próprias amigas e também por meio das redes sociais. Com a demanda, ela começou a procurar novos livros para desenvolver o trabalho.
“Procurei as empresas de reciclagem da minha região e me falaram que a capa não era reciclada e que ela vai direto para o aterro sanitário junto com outros materiais”, afirma.
A informação chamou ainda mais a atenção de Katya, que decidiu firmar parcerias para dar um novo destino às capas e também trazer ao consumidor uma reflexão de conscientização ambiental.
“O produto final representa uma fuga do sistema, vai contra a maré do fast fashion, deste consumismo desenfreado. A proposta é fazer um convite às pessoas a repensarem o seu modo de consumir, sobre a origem do produto e da história que ele tem para contar”, aponta.
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