G1 - 17/05/2017 |
O mercado editorial brasileiro teve em 2016 uma queda de 5,2% com relação ao ano anterior, (percentual que considera a inflação no período). As editoras dizem que o resultado reflete a crise econômica no país, e dizem que a queda tem "consequências expressivas para a indústria do livro". Somada com o ano passado, a perda chega a 17% em dois anos.
Os números estão na mais recente edição da pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, divulgada nesta quarta-feira (17) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e pela Câmara Brasileira do Livro (CBL).
O valor nominal de faturamento teve uma ligeira alta, mas considerando a variação do IPCA de 6,3% no período, a perda chegou a mais de 5%. O número foi R$ 5,23 bilhões em 2015 e R$ 5,26 bilhões em 2016.
Mercado em baixa
"Mais uma vez, o fator que mais pesou nesse resultado foi o comportamento do segmento de Mercado [livros vendidos ao público geral], com crescimento nominal negativo de 3,3% (enquanto o segmento Governo apresentou um crescimento nominal positivo de 13,8%). Esse número significa uma pesada redução em termos reais: considerado apenas o segmento Mercado, a queda real acumulada no período 2015-2016 passa dos 20%", diz o relatório.
Entre os subsetores, o que mais sentiu o impacto negativo da crise em 2016 foi o de livros científicos, técnicos e profissionais. Este segmento apresentou uma queda nominal de 10,5% (real de 15,8%), com menos 4,5 milhões de exemplares vendidos.
Nem com reza brava
Outro setor importante da indústria editorial que registrou uma queda no faturamento em 2016 foi o de livros religiosos. O número total de exemplares vendidos em lojas caiu de 68 milhões para 59 milhões de unidades. O faturamento total caiu de R$ 558 milhões para R$ 533 milhões, uma variação negativa de 4,62%.
Venda de livro religioso ao governo
No segmento de livros religiosos, que leva em conta todos os estilos de publicações editadas por editoras religiosas, houve uma alta expressiva em número de exemplares vendidos ao governo, diz o relatório. Em 2016, foram 11 mil unidades vendidas, com faturamento de R$ 141 mil. Já em 2016, foram 151 mil unidades vendidas, com faturamento de R$ 1,2 milhões. Isso significa uma variação anual de 811% no faturamento e de 1241% nas unidades vendidas.
Ler Mais: G1