DA PITANGUEIRAS À PASÁRGADA / Benedictus Philadelpho de Siqueira

“[...] meu estranho nome jamais me incomodou ou criou problemas. [...] Recebi, portanto, um nome latino e um grego, que significava, com muito orgulho, conforme frequentemente eu traduzia aos que me indagavam: bendito o amigo do irmão. Se a tradução não está absolutamente correta, não importa. Mas foi por mim citada e assumida com empáfia e emoção.”
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“Se o cavalo passa arreado, pula nele! Este aforismo, muitas vezes citado por mim e relembrado pelos netos, reflete bem os desafios que enfrentei em minha vida, não perdendo as oportunidades que se me apresentaram. Talvez para alguns, em certas circunstâncias, tenha parecido um tanto de ousadia ou mesmo de petulância.”
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 “Tenho certeza de que fui protegido diária e especialmente em momentos de maior dificuldade e necessidade. Por isso, atesto com convicção, reiterando a frase que tantas vezes proclamei: Deus me carrega no colo!”

A arte tenta capturar o tempo. E que é o tempo? Uma ampulheta? Uma nuvem que dissolve sonhos? Um pássaro em voo noturno? Uma carta vinda de Pitangueiras? Um sonhar de amor numa rede em Pasárgada? Uma infância que não se perdeu? Cadê o menino que acordava cedo para a lida da fazenda? Cadê o menino que empunhava um bodoque e gostava de fisgar lambaris? Cadê o menino que foi expulso do colégio, mas não foi expulso da vida? Cadê o menino que cuidou da saúde pública e dirigiu faculdades, formou em mais de um curso e depois plantou café? Cadê o menino que rodou as rodas do mundo nas asas duras de um pássaro de aço? Cadê o menino que enfrentou os fuzis de uma ditadura sem graça? As memórias respondem às perguntas e continuam perguntando o porquê do crescer, o porquê da travessia, o porquê do nome. Quem tem Deus e tem Jorge, o guerreiro, sabe das lutas, sabe das pelejas, não desdenha inimigos e encara perigos. Mas se você crê, e reza a cartilha do bem, Deus o carrega no colo e São Jorge o protege das possíveis maldades. Philadelpho era esse cara. Ler Benedictus Philadelpho é reler a história de um Brasil possível, de uma Minas que teima ser tatuagem, de um rio que quer sempre o mar. Ler Benedictus Philadelpho é compartilhar a poesia que é redemoinho, é moinho, é Moema. Venha sonhar estas paragens, venha para Pitangueiras, adormeça os olhos em Pasárgada e de mãos dadas com Philadelpho, Moema e filhos continue esta viagem que começou no ontem de hoje.
Ronald Claver

Benedictus Philadelpho de Siqueira foi médico, professor e diretor da faculdade de medicina da UFMG. Exerceu importantes cargos na área de saúde da administração pública mineira e nacional, envolvido sempre na luta pela saúde como direito de todos e na qualidade do ensino médico. Ao longo de sua vida, recebeu inúmeros prêmios e homenagens no país e no exterior. Aos 70 anos, já aposentado e residindo em sua fazenda pasárgada, no sul de minas gerais, entrou para o curso de direito, formando-se em 2011.

Serviço:

Da Pitangueiras à Pasárgada
Benedictus Philadelpho de Siqueira
Scortecci Editora
Autobiografia
ISBN 978-85-366-5300-6
Formato 14 x 21 cm
152 páginas
1ª edição - 2017
Preço: R$ 40,00