“Queimam-se os livros, mas não se queimam os espíritos”

Carta Capital - 04/09/2018 |

Neste momento de forte comoção nacional em decorrência do incêndio que destruiu quase totalmente o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, foi impossível não rememorar o trágico “Auto de Fé de Barcelona”.

Por esse motivo, dedico este texto  a todos os funcionários do museu, além de outros museólogos, arqueólogos, antropólogos, educadores e sociedade civil, nacional e internacional.

O Auto de Fé de Barcelona foi um triste episódio a envolver o espiritismo e o poder conservador europeu do século XIX. Era por volta das 10 horas da manhã de 9 de outubro de 1861, quando, em praça pública, após reter na alfândega os livros espíritas vindos de Paris, religiosos, articulados com representantes do Estado – qualquer semelhança com o que estamos vivendo nos dias de hoje no Brasil não é mera coincidência – ordenaram a queima dos 300 livros.

Mais tarde, em novembro do mesmo ano, Allan Kardec relatou o episódio na Revue Spirite (Revista Espírita), sob o título "O resto da Idade Média".

Com o evento, noticiado pela imprensa do mundo inteiro e evocando as antigas fogueiras do Santo Ofício, o que parecia um mal tornou-se um forçoso bem, chamando atenção de mais gente para aquela doutrina que nascia.

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