Fragmentos de um Manuscrito do Mar Morto inédito são apresentados

Veja - 02/05/2018 |

Fragmentos de um Manuscrito do Mar Morto possivelmente inédito foram identificados graças a uma tecnologia especificamente desenvolvida pela Nasa para esta investigação, informaram nesta quarta-feira (2) pesquisadores da Universidade Hebraica, em  Israel

Tratam-se de centenas de pequenos fragmentos armazenados em caixas de charuto, estudados durante os últimos anos pelo doutorando Orem Ableman, da Unidade dos Manuscritos do Mar Morto da universidade. O material foi exibido no simpósio internacional que celebra os 70 anos do descobrimento dos milenários Manuscritos de Qumran.

“Em Qumran, foram encontrados inicialmente cerca de 900 manuscritos, uma coleção muito grande, alguns em boas condições, mas a maioria muito fragmentado e mal conservado”, explicou Beatriz Riestra, pesquisadora da mesma unidade.

“São obras literárias religiosas, cópias mais antigas em hebraico do Antigo Testamento e outro tipo de literatura religiosa de uma época muito importante tanto para o judaísmo como para o cristianismo.”

Beatriz explicou que os novos fragmentos não podem ser imediatamente considerados parte dos manuscritos já conhecidos. Há possibilidade de pertencerem a outro novo manuscrito, sobre o qual ainda não há conhecimento.

Mas há alguns que podem fazer parte dos já conhecidos Manuscritos do Mar Morto. Como citou o jornal The Times of Israel, um dos fragmentos contém a palavra hebraica “zamra” e foi identificado como uma possível parte perdida dos pergaminhos “Grandes Salmos”, a maior e mais bem preservada peça dos Manuscritos de Qumran.

A palavra “zamra”, explica o jornal, aparece somente  no Livro dos Salmos. “O novo fragmento preserva parte do início do Salmo 147:1“, informou os organizadores da conferência. “É um pouco menor do que o texto hebraico normalmente disponível hoje em dia.”

Datados de 2 mil anos e pertencentes à caverna número 11 do complexo de Qumran, os fragmentos foram armazenados em caixas de charutos porque “os arqueólogos dos anos 50 (quando foram descobertos os primeiros manuscritos) as usavam para armazenamento”, explicou Ableman ao jornal The Times of Israel.

O especialista estudou os minúsculos restos de pele escura, que não tinham sido limpados e nem tratados, com a ajuda de um scanner multiespetral, desenvolvido pela Nasa para o laboratório israelense.

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