ABL promove debates sobre literatura e medicina

Estadão - Andre Klojda - 17/10/2017 |

Em carta a um amigo, Chekhov escreveu, certa vez, que a medicina era sua legítima esposa, e a literatura, sua amante. O autor russo não foi caso único, nem mesmo raro ao longo da história: vários escritores de destaque também foram médicos. Além disso, há inúmeras obras que, mesmo sem terem um profissional da ciência médica como autor, entram com maestria nesse universo – O alienista, de Machado de Assis, é exemplo clássico.

Abordando a profícua relação entre as duas áreas, a Academia Brasileira de Letras (ABL) promove, neste mês de outubro, o ciclo de conferências Literatura e medicina, coordenado pelo acadêmico e jornalista Cícero Sandroni. As palestras têm entrada franca e acontecem às terças-feiras, 17h30, no Teatro Raimundo Magalhães Jr., no Centro do Rio de Janeiro.

Nesta semana, é a vez da palestra A tísica na literatura: da peste ao lirismo acadêmico, ministrada pela médica Margareth Dalcolmo, pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Para a Margareth, a relação entre a literatura e a medicina é um "casamento indissolúvel e sem litígio". Entre os assuntos a serem abordados em sua conferência estão os casos de grandes escritores que passaram pela tuberculose e não viveram apenas o componente de amargura da doença, mas também descreveram o uni verso humano de um sanatório. “Poderíamos citar vários exemplos de uma riqueza humana insuperável, como Nelson Rodrigues, Roland Barthes e Manuel Bandeira”, detalha.

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