Bibliothek: Tradutores alemães dedicados à literatura brasileira

Terra - 19/09/2017 |

Quem são hoje os alemães que se dedicam a transportar os livros brasileiros para os leitores de língua alemã? Um pequeno relatório desta brava gente.Por muitos anos, a literatura brasileira na Alemanha esteve nas mãos de um homem, o sr. Curt Meyer-Clason (1910-2012). Grandes nomes de nossas letras modernas primeiro encontraram suas vozes em alemão através dele. Uma pequena lista dá a ideia de seu trabalho impressionante: romances e contos de Machado de Assis, Clarice Lispector, Graciliano Ramos, Mário de Andrade, Jorge Amado, Ignácio de Loyola Brandão, Adonias Filho e João Guimarães Rosa, assim como poemas de Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto e Ferreira Gullar. Velhas edições da mais prestigiosa editora alemã, a Suhrkamp, ainda podem sem encontradas com estas traduções. É sua, por exemplo, a única tradução até o momento de Grande Sertão: Veredas (1956), o catatau intraduzível de Guimarães Rosa.

Até o momento, digo, porque todos esperamos ansiosos pelo trabalho do homem que parece ter assumido o manto de tradutor teuto-brasileiro por estas bandas, o sr. Berthold Zilly, que vem trabalhando em uma nova tradução para a obra-prima do escritor mineiro. Ele está preparado para a empreitada, tendo enfrentado no passado a difícil tradução de dois outros textos de grande sofisticação verbal: Os sertões (1902), de Euclides da Cunha, e Lavoura arcaica (1975), de Raduan Nassar, ambos lançados com pompa pela mesma Suhrkamp. É dele ainda a primeira tradução do último romance de Machado de Assis, Memorial de Aires (1908).

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