Mostra reúne obras e revela o processo criativo de ilustradores de livros

Folha de São Paulo - Gabriela Romeu - 03/08/2017 |

A palavra "planeta" abarca a ideia de errância em sua origem. São também "astros errantes" os artistas destacados na exposição "Linhas de Histórias - O Livro Ilustrado em Sete Autores", no Sesc Santo André.

Na mostra, com curadoria de Stela Barbieri, Odilon Moraes e Fernando Vilela, cada artista fica em uma área, chamada pelos curadores de planetas, simbolizando o vagar do processo criativo do livro ilustrado, cada vez mais presente no mercado editorial.

Livro ilustrado não é o mesmo que livro com ilustração. Nele há a conjunção entre palavra, imagem e materialidade do objeto. Assim como o cinema inexiste só com o som, o livro ilustrado não funciona sem a imagem.

Este é um tema ainda a ser explorado, segundo os curadores. "Onde se estuda isso? Nas artes [plásticas] ou na literatura? Esses autores trabalham entre esses dois territórios", diz Moraes, autor de obras premiadas voltadas ao público infantil.

Mas o livro ilustrado, assim como a exposição, não é voltado apenas às crianças.

Obras de autores como Angela-Lago, Andrés Sandoval e Renato Moriconi, três dos sete artistas na mostra, apesar de ganharem o selo de infantil, extrapolam o limite dessa faixa etária.

O espanhol Javier Zabala, que cria um contraponto entre a ilustração brasileira e a europeia, evidenciando uma paleta de cores menos vibrante, é autor de livro ilustrado para adulto.

"Na Europa, há 20 anos, o mercado do livro ilustrado para esse público é bem estabelecido", conta Vilela, também premiado ilustrador.

Na exposição, cada plataforma (ou planeta) tem estruturas bem diversas –circular, vertical, com transparência–, que refletem os pensamentos gráfico e narrativo dos autores. Em cada uma delas, estão os rastros dos artistas quando debruçados sobre suas criações.

Ler Mais: Folha de São Paulo