As dificuldades na formação do hábito de leitura em alunos do Ensino Fundamental

Abrelivros - Helena de Paula Rampelotto - 15/05/2017 |

O hábito da leitura é de grande importância para a vida profissional e social das pessoas, uma vez que a leitura é essencial para um processo de ensino-aprendizado satisfatório, pois é por meio da leitura que se abrem novos horizontes e torna-se possível entender e aprofundar conhecimentos sobre o mundo, até atuar nele efetivando seu papel como cidadão.

Para discutirmos as dificuldades na formação do hábito de leitura em alunos do ensino fundamental, algumas obras foram analisadas e comparadas com a fundamentação teórica de alguns pensadores influentes da educação a respeito do especificado tema.

Os resultados obtidos demonstram que boa parte dos alunos consideram o hábito da leitura como “massacrante” imposta pelos professores, isso ocorre pelo fato de que na escola ela é trabalhada de forma errada, e em casa falta auxílio e incentivo para que esses indivíduos leiam.

Com base nos resultados pode-se demonstrar que o interesse pela leitura ficou precária. Mas não podemos deixar de ressaltar que ainda existem alunos que costumam procurar os livros não apenas como obrigação, mas como um meio de lazer. Assim sugere-se mais incentivo aos alunos desde cedo para obterem o hábito da leitura.

1. INTRODUÇÃO

O respectivo estudo apresentou como tema As dificuldades na formação do hábito de leitura em alunos do ensino fundamental, e buscou encontrar maneiras de vencer tais dificuldades.

O tema escolhido decorreu de assuntos atuais frequentemente discutidos por pesquisadores da área. A leitura além de ser instrumento para a construção do saber em sala de aula, cria um indivíduo crítico-reflexivo, pronto para transformar a sociedade em que vive. No entanto, percebeu-se que cada vez menos jovens desenvolvem o hábito diário da leitura. Dessa forma a pesquisa buscou colaborar com educadores de Língua Portuguesa para que possam encontrar subsídios para atrair a atenção dos jovens para a leitura com práticas pedagógicas diferenciadas.

Foi analisada ainda, a possível conexão entra o uso da leitura em sala de aula e a construção do saber, que se baseou na metodologia que teve como alicerce estudos estritamente teóricos e bibliográficos que buscou atingir os objetivos propostos inicialmente. Foram feitas pesquisas em livros, artigos, revistas e sites relacionados ao tema proposto que apresentaram modelos inovadores de como trabalhar com a leitura de maneira que atraísse a atenção de alunos do ensino fundamental e que ao mesmo tempo não desrespeitasse os conteúdos programáticos.

O determinado assunto foi desenvolvido de modo que mostrasse a importância da leitura, a dificuldade do hábito de leitura nos alunos de ensino fundamental e buscou-se apresentar da maneira mais clara possível contribuições dos principais pensadores da educação que falam sobre o tema com a finalidade de constituir uma base teórica para o respectivo estudo.

A partir do exposto, o trabalho procurou demonstrar como a leitura é trabalhada em sala de aula, sua importância no ensino-aprendizado e também as suas deficiências. Desvelou-se descobrir o porquê dos alunos terem tanto desprazer diante do processo de desenvolvimento da leitura e ao mesmo tempo buscou-se sanar as dificuldades na aquisição do hábito pela leitura.

2. A IMPORTÂNCIA DO HÁBITO DA LEITURA

2.1. LEITURA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Tendo como cenário um país com baixos índices de leitura faz-se necessário tentar compreender a razão de tal fracasso.

Através de análises efetuadas em vários países a respeito da aquisição da prática de leitura, mencionadas por Bamberguer (1987), “observou-se diferenças gritantes quanto ao interesse pela leitura”. Tais análises conferiram enormes contrastes a quatro elementos decisivos: a colocação dos livros na escala de maior valia no país; a bagagem cultural; as chances de leitura (este em questão destaca a imprescindibilidade das escolas, suas bibliotecas, como também as bibliotecas públicas que há em cada cidade do país que irá exercer um papel essencial); o alto valor do livro relacionado a questões socioeconômicas, e o papel que os livros desempenham na construção de um sujeito que será um futuro leitor crítico-reflexivo.

Foi possível citar a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil que teve sua 3ª edição realizada em 2012, nela notou-se que “há no Brasil 88,2 milhões de leitores, ou seja, 50% da população – 7,4 milhões a menos do que em 2007, quando 55% dos brasileiros se diziam leitores”.

Após uma possível reflexão anteriormente sobre o valor dos livros condizente com o aspecto socioeconômico da maior parte das famílias brasileiras, será o preço do livro o que lhes impede o acesso às obras?

“A pesquisa aponta que não. O preço fica em 13º lugar como razão para se ler menos do que se lia antes, com 2% dos entrevistados. A falta de interesse fica em primeiro lugar, com 78% e a falta de tempo em segundo, com 50%. Também foi apontado que o livro tem hoje uma série de concorrentes – 85% das pessoas preferem assistir TV em seu tempo livre e 52% ou música ou rádio. A opção pela leitura aparece em 7º plano com 28%. A boa notícia é que houve maior fidelização dos leitores aos seus queridos companheiros, os livros: atualmente, 49% deles leem mais, ante os 40% de 2007, equivalendo a um acréscimo de cerca de 5 milhões de leitores. O índice de leitura por prazer também subiu em 2011: é de 75% contra 70% em 2007. A média de livros lidos em casa aumentou: de 25, em 2007, para 34, em 2011. Crescimento de 36%.” ( RETRATOS DA LEITURA NO BRASIL, 2012)

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