Administração da Mario de Andrade não comprou nenhum livro em 2016

Estadão - Luiz Fernando Toledo - 23/05/2017 |

Um problema orçamentário fez com que nenhum livro fosse comprado pela administração da biblioteca Mário de Andrade em 2016. Foi o único ano da gestão Haddad sem compras no local - em 2015 foram adquiridos 1.849 exemplares, ante 1.887 em 2014 e 1.979 em 2013. Em toda a gestão, a  aquisição de livros custou cerca de R$ 150 mil.

Nos quatro anos de gestão, a administração anterior gastou, entre 2014 e 2015, R$ 706,4 mil em obras de arte contemporânea, para o acervo de obras raras e especiais, e mais R$ 289,7 mil em móveis dos designers brasileiros Jorge Zalszupin e Carlos Motta.  O gasto  é usada por Sturm para alegar que houve uma “mudança de prioridades” na gestão da biblioteca, e que a administração atual teve de adquirir livros do ano passado e ampliar o número de cadeiras da biblioteca circulante, além de outros reparos. Já a gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) defende a compra das obras, por entender que as peças também fazem parte do complexo da biblioteca.

A obra de arte mais cara, uma série de fotografias emolduradas do fotógrafo Miguel Rio Branco, foi adquirida em 2014 e custou R$ 180 mil. As imagens estão hoje onde fica a sala do diretor Charles Cosac, inacessíveis ao público. Até o ano passado, a sala era utilizada por funcionários para fazer reuniões. O ex-diretor Luiz Armando Bagolin afirma que o espaço era aberto para visitas, mesmo sendo uma área administrativa.

Entre as obras adquiridas também estão quatro volumes com 221 gravuras do artista Marcello Grassmann, no valor de R$ 170 mil, além de 11 xilogravuras e 3 desenhos de Grassmann e um desenho do artista plástico Oswaldo Goeldi, que custaram R$ 112 mil. Todas passaram a integrar o acervo. que fica no 1º andar e dispõe de fotografias e gravuras, mas  que só pode ser acessado pelo público mediante autorização prévia da administração. O espaço, que ficou fechado por seis meses no ano passado em uma reforma, costuma ser visitado por pesquisadores.

Verba carimbada
Bagolin, defendeu a compra das obras e disse que o acervo também é parte do complexo da unidade “A Mário de Andrade não é só uma biblioteca, mas um complexo de bibliotecas. São cinco coleções, cada uma com um perfil e política de atendimento ao público, entre elas o acervo”, disse.

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